ONU mulheres apoia comunidades para não deixar ninguém para trás

ONU mulheres apoia comunidades para não deixar ninguém para trás


Uma parceria recente entre a ONU Mulheres e o Município de Maputo entregou alimentos, kits de dignidade e equipamentos para garantir a segurança e o bem-estar das pessoas em situação de risco em Maputo. Março marca o fim da estação chuvosa em Moçambique.

Os beneficiários foram 267 famílias afectadas pelas cheias e ciclones nos distritos de KaMavota e Kamubukwana, província de Maputo. Mesmo com as dificuldades vividas no Centro de Acolhimento Capelinha, no bairro Mahotas, as comunidades comemoram o momento.

Os beneficiários foram 267 famílias afectadas pelas cheias e ciclones nos distritos de KaMavota e Kamubukwana, província de Maputo.

Capacidades de resiliência climática

A assistência da colaboração com o Conselho Municipal de Maputo abrangeu 1.200 pessoas de seis centros de acolhimento na área de KaMavota. O apoio foi para o Centro de Alojamento da Capelinha, Escolinha Alegria e Escola 10 de Outubro.

Em Kamubukwana foram incluídos o Centro de Alojamento Juvenil, a Igreja Unção de Cristo e a Escola Quisse Mavota.

O apoio envolve fornecimentos de higiene para mulheres e raparigas vulneráveis, kits agrícolas para recuperação de meios de subsistência e equipamento de preparação para comités locais de gestão de risco de catástrofes.

Na entrega simbólica dos equipamentos, a representante da ONU Mulheres em Moçambique, Marie Kayisire, garantiu o apoio contínuo da agência junto dos parceiros governamentais e da sociedade civil.

Sistema de drenagem e gestão de resíduos sólidos

O objectivo é permitir que mulheres e homens desenvolvam capacidades de resiliência climática e estejam no centro da resposta humanitária.

“Com a disponibilidade de kits de preparação para desastres, kits de agricultura, kits de dignidade entregues hoje às mulheres vítimas de cheias cíclicas, testemunhamos mais um esforço da ONU Mulheres, em conjunto com o Conselho Municipal de Maputo, para enfrentar crises humanitárias, promovendo a prontidão para responder a choques climáticos e exercer pressão para combater a violência contra mulheres e meninas num contexto humanitário.”

Em 2023, a ONU Mulheres forneceu materiais às vítimas das cheias em Boane, província de Maputo. A agência realizou sessões públicas para aumentar a sensibilização sobre o VIH e o género em contextos humanitários entre 1.000 mulheres e raparigas.

Gilda Matsinhe é membro da Associação de Agricultores Eduardo Mondlane, no distrito de Kamavotha. A associação também foi atingida pelas fortes chuvas que atingiram o sul de Moçambique em Fevereiro de 2023.

O objetivo é permitir que mulheres e homens desenvolvam capacidades de resiliência climática e estejam no centro da resposta humanitária

O objetivo é permitir que mulheres e homens desenvolvam capacidades de resiliência climática e estejam no centro da resposta humanitária

Preparação para enfrentar desastres

Em representação da associação, Gilda Matsinhe recebeu o kit agricultura. Ela diz que esse apoio trará mudanças para a associação.

“Esse apoio significa muito porque veio na hora certa depois que fomos invadidos pelas chuvas. Ele ajudou muito. Pedimos que essa ajuda continue, no momento estamos precisando e pedimos que essa ajuda continue, estamos recomeçando depois das chuvas. Muita coisa vai mudar na associação, quem não tinha material para trabalhar, a partir de hoje terá material para trabalhar bem.”

As cheias na província de Maputo têm sido cíclicas. Para minimizar a situação, foram criados comités de preparação para catástrofes.

Herinque José Madlante é um dos 12 membros da comissão que fiscaliza a melhoria do sistema de drenagem e gestão de resíduos sólidos no bairro Mangueni. Ele fala sobre a importância do apoio recebido.

“Esse kit que recebemos fizemos as valas com as próprias mãos para nos defendermos das enchentes. O que fizemos durante um ano é muito importante porque é uma área muito alagada, mas com esse apoio do kit que sempre recebemos, abrimos as valas e drenamos.”

Residentes em centros de alojamento

Conceição Macamo cuida de cinco filhos e dois netos. Atualmente ela está no centro de reassentamento Capelinha, no bairro Mahotas, pois as chuvas tomaram parte de sua vida no bairro Romão onde ela morava.

“Perdemos uma casa de três quartos…tudo, agora não temos esperança de um dia poder ter uma casa como a que eu tinha. Resta portanto incentivar as crianças a estudar, a estarem bem, a não serem criminosas, marginalizadas, a prepararem-se para o futuro porque já não somos capazes de fazer nada. Precisamos de apoio, já estamos cansados, dois anos num lugar assim, às vezes ficamos sem água, já ficamos um mês sem água, hoje está saindo água, uma coisa muito difícil, todos juntos por um só banheiro. ”

O relatório anual sobre alterações climáticas e questões de emergência ao nível da cidade de Maputo indica que estão activos seis centros de alojamento onde residem 1.216 pessoas, de 267 famílias.

*De Maputo à ONU News, Ouri Pota



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