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A Editorial Sul
| 20 de novembro de 2024
Bolsonaro permanece calado sobre o plano de matar Lula, Alckmin e Moraes. (Foto: Reprodução de vídeo)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou no X, na manhã desta quarta-feira (20), um vídeo de 2019 em que um YouTuber de esquerda incita-o a ser assassinado. Foi a primeira manifestação de Bolsonaro após a operação da PF que prendeu quatro militares nesta terça-feira (19), por planejarem a morte do ministro do STF Alexandre de Moraes, do presidente Lula (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB).
O ex-presidente não comentou a publicação no X e apenas postou o vídeo, que foi divulgado no dia 30 de julho de 2019 por Vinícius Guerreiro. Conhecido como Vina Guerreiro, ele incitou a esquerda a montar um plano para matar o então presidente e seus três filhos mais velhos. “Esse cara precisa ser assassinado”, disse ele.
A publicação de Bolsonaro foi feita pouco mais de 24 horas após a operação da PF. A investigação revelou que militares ligados ao seu governo, incluindo um general da reserva que se tornou ministro interino, planejavam matar Lula, Alckmin e Moraes em dezembro de 2022. Uma operação para assassinar o ministro do STF foi posta em prática e só foi desmobilizada no último minuto, segundo a PF.
Bolsonaro permanece calado sobre o plano de matar Lula, Alckmin e Moraes. O ex-presidente não comentou a prisão dos quatro militares. A trama, na avaliação dos investigadores, reforça as provas e relatos obtidos pela PF sobre a participação do ex-presidente, aliados e militares nas discussões para um golpe que impediria a posse de Lula.
Arrependimento
Guerreiro incitou o assassinato da família Bolsonaro. Ele convocou a esquerda, sem se dirigir a ninguém em particular, para “comprar armas” e matar Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).
O vídeo de 2019 foi investigado pela PF. Dias após a publicação, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, o atual senador Sergio Moro (União-PR), determinou a abertura de inquérito contra Vina Guerreiro pelos crimes de incitação à violência e calúnia contra o Presidente da República, desde que na antiga Lei de Segurança Nacional – abolida pelo Congresso em 2021.
Os supostos crimes de Guerreiro são diferentes daqueles cometidos contra os presos na última terça-feira. Moraes tomou a decisão contra os militares com base nos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, que foram incluídos no Código Penal em 2021 após a extinção da Lei de Segurança Nacional, que vigorava desde a ditadura militar. . Ao comentar a operação, Flávio Bolsonaro afirmou no Senado que “pensar em matar alguém não é crime”.
“Estou com medo e sinto muito”, disse o YouTuber em 2019 ao jornal O Estado de S. Paulo. “Foi um atentado que eu tive, um assalto, fiz muito exagero aí”, declarou o YouTuber, duas semanas após o vídeo viralizar. “Não tenho vontade disso, nem essa ideia de assassinar o presidente. Esse foi um verdadeiro grito de “basta”. Não tenho nenhum desejo de cometer tal violência.”
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