Portugal aposta em ferramentas digitais para pessoas com deficiência

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Na semana passada, as Nações Unidas realizaram a 16ª Conferência dos Estados Partes na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Durante o evento, a ONU News conversou com a Secretária de Estado da Inclusão de Portugal, Ana Sofia Antunes, em Nova Iorque, sobre as prioridades do país europeu nesta agenda.

Portugal e os direitos das pessoas com deficiência

Tirando a acessibilidade do papel

O secretário afirmou que a guerra na Ucrânia e os seus impactos económicos levaram Portugal a injectar mais dinheiro na economia. Segundo ela, o programa de recuperação e resiliência trouxe oportunidades de investimento em espaços acessíveis para pessoas com deficiência.

“A acessibilidade muitas vezes não foi transformada em lei ou no papel porque é cara e muito cara de implementar. É preciso fazer muito trabalho físico, muito tijolo, muito cimento. Por que não utilizar parte deste dinheiro para eliminar barreiras físicas e construir espaços urbanos mais acessíveis? Fizemos isso não só na via pública, mas também em termos de acessibilidade aos serviços públicos do próprio Estado e lançámos também um terceiro programa específico para eliminar barreiras nas casas de pessoas com deficiência que se vêem limitadas no usufruto da sua própria casa.”

Ana Sofia Antunes disse que foram investidos 50 milhões de euros nas acessibilidades, mas considerando todo o “investimento na área social, na construção e reabilitação de equipamentos, casas, residências”, o total chega a 800 milhões de euros.

Ferramentas digitais

Segundo ela, os investimentos também tiveram como foco impulsionar ferramentas digitais de apoio a pessoas com deficiência.

“Sobre o que estamos conversando? Coisas muito diferentes, desde ferramentas que permitem georreferenciar espaços na via pública ou ferramentas de geolocalização para pessoas cegas dentro de edifícios públicos poderem utilizá-los de forma mais independente. Uma ferramenta para encontrar lugares de estacionamento adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Mais uma ferramenta que nos permitirá ter uma aplicação de interpretação de Língua Gestual Portuguesa, feita para diferentes serviços públicos.”

O objetivo é que todas essas ferramentas sejam reunidas em uma única plataforma digital, que está em desenvolvimento. Ana Sofia disse que o projeto conta com o apoio de grandes empresas do setor e que com o tempo irá crescer e acumular “cada vez mais recursos tecnológicos”.



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