As Nações Unidas e os seus parceiros humanitários estão de prontidão para prestar assistência de emergência e salvar vidas nas comunidades afetadas pelo ciclone Mocha, que deverá atingir o estado de Rakhine, em Mianmar, ainda hoje.
Segundo o coordenador humanitário e residente da ONU em Mianmar, Ramanathan Balakrishnan, o ciclone será “extremamente severo”, com ventos de até 210 km/h quando cruzar a costa.
Alto risco de deslizamentos de terra e inundações
Espera-se que o ciclone traga ventos fortes e tempestades às áreas costeiras de Rakhine. As autoridades locais já iniciaram ações de evacuação. A previsão é que o fenômeno natural se desloque para o interior, causando fortes chuvas em áreas onde há alto risco de deslizamentos e inundações.
Estima-se que 6 milhões de pessoas já se encontrem em situação de necessidade humanitária nos estados de Rakhine, Chin, Magway e Sagaing, onde são esperados os impactos do ciclone.
Juntos, estes estados do oeste do país abrigam 1,2 milhões de pessoas deslocadas. Muitas delas fogem de conflitos e vivem ao relento, sem abrigo adequado.
As centenas de milhares de pessoas que vivem em campos de refugiados no Bangladesh também correm alto risco. O país vizinho deverá enfrentar ventos fortes e chuva quando o ciclone passar pela fronteira com Mianmar.
Balakrishnan disse que o impacto de um ciclone numa área onde já existe uma necessidade humanitária tão profunda é “um cenário de pesadelo”. Milhares de pessoas vulneráveis, “cuja capacidade de lidar com a situação foi corroída por sucessivas crises”, poderão ser afetadas.
Plano de resposta
A comunidade humanitária ativou o seu Plano de Preparação para Resposta a Emergências no início da semana.
As organizações sectoriais estão focadas em levar assistência humanitária às áreas com maior probabilidade de serem afectadas. As ações também visam garantir que as comunidades afetadas saibam como permanecer seguras.
Segundo o coordenador humanitário no país, todos os esforços de preparação foram realizados, “pré-posicionando pessoal e stocks disponíveis em toda a área afectada”. O objectivo é que haja uma reacção imediata logo após a passagem do ciclone.
Disse ainda que “o acesso às pessoas afectadas e o aumento do financiamento serão fundamentais para tornar esta assistência possível nos dias críticos que se avizinham”.
Falta de financiamento
O Plano de Resposta Humanitária de Mianmar atingiu apenas 10% do financiamento necessário, com alguns sectores essenciais ainda sem quaisquer recursos este ano. Não
Balakrishnan disse que há uma necessidade urgente de aumentar o financiamento para garantir que “ninguém seja deixado para trás como resultado deste ciclone”.
Salientou ainda que o financiamento é essencial para continuar a responder às necessidades dos 17,6 milhões de pessoas que já necessitam de assistência devido a outras crises em todo o país.
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