Como será o ano de 2025? O que esperar da política, economia e cultura no Brasil e no mundo

Como será o ano de 2025? O que esperar da política, economia e cultura no Brasil e no mundo


A agenda climática poderá sofrer grandes reveses. (Foto: Reprodução)

O ano de 2025 já está aquecendo os motores. No apagar das luzes de 2024, enquanto o maestro Gustavo Dudamel apresentava seu concerto na reabertura da catedral de Notre Dame, em Paris, o ex-ditador sírio Bashar al-Assad escapou de avião para a Rússia. Enquanto Donald Trump escolheu seus ministros e assessores, uma cirurgia em São Paulo. Enquanto o coreano Yoon Suk-yeol sofria impeachment, François Bayrou tornou-se o terceiro primeiro-ministro da França em 12 meses. As peças são distribuídas no tabuleiro para o próximo ano.

A principal dessas peças, sem dúvida, é Trump, que mais uma vez tomará as rédeas dos Estados Unidos com o poder de influenciar todas as agendas do planeta, desde a agenda climática até a política econômica do Brasil. Dependendo da sua vontade e capacidade de cumprir o que promete, o republicano pode determinar o futuro da Europa e do Médio Oriente, bem como da democracia americana. Portanto, apesar de já ter sido presidente entre 2017 e 2020; Tendo anunciado suas propostas durante anos e escolhido cuidadosamente seu ministério, o líder ainda é visto como uma incógnita.

Para o internacionalista Antônio Carlos Lessa, da Universidade de Brasília, o efeito mais proeminente de Trump é o seu exemplo. As forças “conservadoras, nacionalistas e até nativistas”, em termos internacionalistas, têm vindo gradualmente a ocupar espaços em várias partes do mundo, a começar pela União Europeia. A presença de um líder com mensagens tão explícitas no país mais poderoso do mundo pode servir de incentivo à radicalização destes grupos, produzindo ondas de choque que fortalecem os resultados eleitorais destas forças.

Uma questão de governação global que poderá sofrer grandes reveses é a agenda climática. Em 2017, quando assumiu pela primeira vez a presidência, Trump anunciou a saída do seu país do Acordo de Paris, assinado em 2015 e atualmente o principal documento através do qual os países se comprometem a combater o efeito de estufa e a preparar a transição para uma economia sustentável. . A expectativa é que ele volte a tomar a mesma medida.

Essa possibilidade surge justamente no ano em que o Brasil assume protagonismo nas discussões sobre descarbonização, sediando a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), em Belém. O encontro tem a particularidade de incluir a revisão dos dez anos das metas do acordo alcançado em Paris em 2015. Nesse contexto, segundo Maria Netto, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade, há grandes expectativas para o Brasil.

Cenário local

Na política brasileira, a chave para 2025 é que será um ano imprensado entre dois períodos eleitorais. Anos como estes tendem a ser mais tranquilos para os governos, com parlamentares disponíveis para votar projetos e ministérios focados em apresentá-los. E não faltam agendas: em cima da mesa estão cortes de despesas, supressão de incentivos fiscais, alterações na tributação do rendimento e da riqueza. Existem também alterações jurídicas com impacto a longo prazo, como os mercados de carbono e a definição legal de hidrogénio verde.

]A calma entre as eleições não significa que este seja um momento totalmente desprovido de cascas de banana. Por um lado, a classe política, a começar pelos deputados e senadores, já está preocupada com os preparativos para a disputa de 2026. Por outro lado, os ecos de 2024 não são favoráveis ​​ao Planalto, uma vez que a eleição municipal apresentou clara vantagem para as oposições.

Não será surpresa se a próxima reforma ministerial resultar em mais espaço para o PSD de Kassab. Há também pressões de outros partidos que saíram mais fortalecidos do processo eleitoral, como o União Brasil, o MDB e, à esquerda do espectro político, o PSB. “O governo tem margem de manobra, mas seu limitador é o enquadramento partidário. Já em fevereiro, com a nova diretoria decidida no Congresso, sua missão mais delicada é montar um ministério que reflita as articulações feitas e continue capaz de aprovar sua agenda”, afirma a cientista política Denilde Holzhacker, da Escola Superior de Propaganda eMarketing (ESPM).

As mudanças nas diretorias da Câmara e do Senado serão decisivas para as intenções do governo. Sai de cena o presidente Arthur Lira (PP-AL), personagem polêmico e poderoso dos últimos quatro anos. Seu candidato, Hugo Motta (Rep-PB), deverá ocupar seu lugar, o que indica continuidade. No Senado, a expectativa é que Davi Alcolumbre (União-AP) retorne à presidência.