Direitos das crianças sob ameaça na Europa e Ásia Central, alerta Unicef

Direitos das crianças sob ameaça na Europa e Ásia Central, alerta Unicef


O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, publicou esta quinta-feira o relatório “Análise situacional dos direitos das crianças na Europa e na Ásia Central: Progresso desigual, crianças deixadas para trás”.

O documento revela um aumento das desigualdades que afetam o direito das crianças à saúde e à educação e aponta medidas para reverter esta situação.

Dados preocupantes

A Unicef ​​​​estima que atualmente cerca de 35 a 40 milhões de crianças vivem na pobreza na Europa e na Ásia Central.

A região também apresenta uma das taxas mais elevadas de crianças separadas das suas famílias e colocadas em instituições de acolhimento, ou seja, fora do ambiente familiar. De todos os países analisados, Portugal é o que apresenta a maior percentagem de crianças nesta situação.

Cerca de 40 milhões de crianças vivem na pobreza na Europa e na Ásia Central

O diretor regional da Unicef ​​para a Europa e Ásia Central, Afshan Khan, enfatizou a importância de uma maior monitorização da forma como as crises ambientais, de saúde e migratórias estão a afetar as crianças.

Ela disse que a falta de dados sobre como estes eventos estão a afectar os direitos das crianças torna difícil avaliar como as necessidades das crianças e famílias mais vulneráveis ​​podem ser satisfeitas para que nenhuma delas seja deixada para trás.

Impactos da pandemia de Covid-19

A região foi duramente atingida pela pandemia de Covid-19, que aumentou os níveis de pobreza infantil, abuso infantil e violência sexual e de género.

A crise sanitária também afetou o bem-estar emocional e mental das crianças. O suicídio é agora a segunda principal causa de morte nos países de rendimento elevado da região, de acordo com o relatório.

Além disso, o encerramento de escolas na Europa e na Ásia Central afetou cerca de 50 milhões de crianças em 20 países durante os primeiros confinamentos em 2020. Isto causou um enorme défice de aprendizagem.

A cobertura vacinal para crianças também foi drasticamente reduzida devido aos impactos da pandemia nos sistemas de saúde e ao aumento da hesitação em vacinar.

O problema foi identificado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, como uma das maiores ameaças à saúde global. Neste sentido, foi identificado um nível de confiança de 70% na vacinação em Portugal.

Efeitos da Guerra na Ucrânia

O agravamento da guerra na Ucrânia resultou no maior deslocamento populacional na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 7,9 milhões de refugiados ucranianos atravessaram a Europa e 4,8 milhões de ucranianos solicitaram protecção em países europeus. Mais de dois terços são mulheres e crianças.

Queima florestal no Estreito da Calheta, Portugal

Queima florestal no Estreito da Calheta, Portugal

Na Ucrânia, o acesso à educação está completamente deteriorado. O relatório indica que desde Fevereiro de 2022, cerca de 5,7 milhões de crianças em idade escolar necessitaram de apoio educativo.

Em Agosto passado, as Nações Unidas estimaram que uma em cada 10 escolas tinha sido danificada ou destruída. Muitas crianças dependem de modelos de aprendizagem online, mas em muitas partes do país o acesso à tecnologia, à Internet e à electricidade é precário.

Mudanças climáticas e vulnerabilidade das crianças

Em 2022, a região da Europa e Ásia Central bateu recordes de ondas de calor e incêndios naturais.

A região tende a sofrer desastres naturais como terremotos, inundações, deslizamentos de terra, incêndios e temperaturas extremas. Esta realidade “expõe as crianças a diversas ameaças e riscos ao seu bem-estar socioeconómico, segurança e direitos”.

Segundo dados analisados ​​pela Unicef, Portugal atingiu a nota 3, equivalente ao nível baixo/médio no ranking “Riscos Climáticos para Crianças”.

Soluções

Perante este cenário de múltiplas ameaças, a agência da ONU apela a medidas mais fortes para apoiar os menores que estão em risco de pobreza e exclusão. O objetivo é respeitar a Convenção sobre os Direitos da Criança e investir no futuro e no desenvolvimento nacional.

Apesar de ter identificado muitos países com níveis elevados de proteção social infantil, como Portugal, com 93%, a Unicef ​​considera que existem variações significativas na qualidade e adequação deste tipo de proteção.

A agência da ONU faz parte de uma nova parceria com a Comissão da União Europeia e vários países europeus que promove a iniciativa “EU Child Guarantee”. O objetivo é prevenir o impacto da pobreza na infância e proporcionar oportunidades para que as crianças prosperem na idade adulta.



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