Livre da poliomielite – também chamada de paralisia infantil – desde 1989, o Brasil iniciou nesta segunda-feira, 27, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite voltada para população menor de 5 anos com foco no aumento da cobertura vacinal contra a doença e no fechamento do cerco contra alto risco de reintrodução do vírus após um alerta feito pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC) no ano passado.
O mutirão será realizado até o dia 14 de junho e tem como objetivo imunizar 95% dos 13 milhões de crianças capaz de receber a dose. O “Dia D” deve ser realizado no dia 8 de junho, um sábado, mas estados e municípios podem organizar a agenda de acordo com seus critérios.
Há 30 anos, o Brasil recebia o certificação de uma área livre de circulação do poliovírus selvagem, o agente contagioso que pode infectar adultos e crianças através do contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca dos pacientes. Foi com as consequências que deixou na população infantil que a doença ficou mais conhecida por desencadear paralisias nos membros inferiores, nos músculos da fala e da deglutição, atrofia muscular e problemas articulares. Não existe tratamento para a poliomielite e, em casos graves, pode levar à morte.
“A vacinação é a única forma de prevenir a poliomielite, também chamada de paralisia infantil. Por isso, pedimos aos pais ou responsáveis que levem seus filhos ao posto de saúde mais próximo para que não sofram as consequências de doenças imunopreveníveis”, afirmou, em nota, Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização ( DPNI).
Novo calendário de vacinação
A campanha contra a poliomielite marca também a implementação do novo calendário de vacinação contra a doença que entrará em vigor a partir do segundo semestre deste ano, duas doses com a vacina oral contra a poliomielite (VOP), imunizante que inspirou a criação do personagem Zé Gotinha Em 1986, será substituída pela vacina inativada contra poliomielite (VIP), a ser aplicada tanto para proteção inicial quanto para reforço.
Dessa forma, as crianças receberão as três doses iniciais —em dois, quatro e seis meses — e reforço com VIP.
Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, o número de crianças menores de 1 ano que receberam VIP é de 85,42%. Dados preliminares de 2023 indicam que o percentual era de 84,63%. Em 2022, a taxa era de 77%.
“No ano passado, os três estados com melhores índices de vacinação foram Ceará, com 93%, Piauí, com 92%, e Santa Catarina, com 90%”, informou o ministério.
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