Calendário de vacinação focado em idosos é lançado por sociedades médicas

Calendário de vacinação focado em idosos é lançado por sociedades médicas



O calendário de vacinação destinado a pessoas com mais de 60 anos acaba de ser atualizado. O novo documento, uma iniciativa da Comissão de Imunizações da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), traz orientações sobre doses, intervalos e aplicação das vacinas, além de informações importantes sobre contraindicações e efeitos colaterais. A iniciativa visa servir como um guia para a saúde e proteção da população geriátrica.

No calendário, algumas vacinas foram recomendadas para todas as pessoas com mais de 60 anos, incluindo a gripeque protege contra a gripe, Hepatite Bque previne doenças hepáticas graves, além de imunizações contra COVID-19 e a febre amarela.

“Uma das maiores complicações que tivemos este ano é a síndrome respiratória aguda grave, causada principalmente pelo vírus. gripe. Por isso, é muito importante que o idoso tenha o caderno nacional como manual de sua saúde”, afirma Maisa Kairalla, geriatra e presidente do Comitê de Imunização da SBGG.

No ano passado, de facto, o campanha de vacinação contra gripe não atingiu meta. Houve adesão de 42,7% entre os grupos prioritários, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), com expectativa de 90%. “O desconhecimento da população sobre esta doença ainda é muito significativo e abrimos este ano com uma explosão de casos de gripe em pessoas não vacinadas”, acrescenta o especialista.

Não é de admirar que vacinação contra gripe foi antecipada em 2024. Normalmente o mutirão acontece entre os meses de abril e maio, mas este ano começou em março. Além disso, O campanha foi ampliada para toda a população durante 6 meses. O anúncio foi feito no final de abril pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Vacinação contra gripe é essencial

No novo calendário, as entidades, conscientes da gravidade do cenário atual, recomendar, preferencialmente, a vacina quadrivalente de alta concentração (dose alta, HD4V). O imunizante contém uma dose maior de antígeno em sua composição, o que resulta em 24% mais proteção em comparação com a versão padrão, amplificando a imunidade à doença após a picada. Nomeado após Eflueldaa vacina da farmacêutica Sanofi-Pasteur aguça a resposta imunitária contra a gripe, que é particularmente vantajosa para os idosos, que não respondem tão bem à vacina como os mais jovens.

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Porém, a vacina não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), e custa cerca de 160 reais nas clínicas privadas. Por isso, na impossibilidade de receber Efluelda, as entidades recomendam a utilização da vacina disponível e, numa situação epidemiológica de risco, considerar uma segunda dose a partir de três meses após a dose anual. Vale destacar que qualquer imunização é melhor do que nenhuma.

Alerta para vírus sincicial respiratório

O calendário também inclui o Arexvyda farmacêutica GSK, vacina contra o vírus sincicial respiratório (RSV), causa da bronquiolite. No final do ano passado, o vacina destinada a idosos foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após ter demonstrado 94,1% de eficácia para evitar o risco de episódios graves de doenças do trato respiratório inferior relacionadas a vírus. A condição está ligada à pneumonia e pode levar à morte.

“Em crianças pequenas, o vírus sincicial respiratório é uma preocupação por causa da bronquiolite, mas nos idosos também é uma preocupação por causa da mortalidade”, alerta Maisa. “É muito comum as pessoas se esquecerem desse vírus, apesar de ele ter alta incidência”, finaliza o médico.

Vacinar-se é investir na qualidade de vida

Para Maisa Kairalla, investimento em imunizações é tendência global. “Quanto mais velha a população envelhece, maior é a necessidade de um calendário de vacinação robusto e abrangente. Justamente porque aparecem cada vez mais estudos que comprovam a melhoria na qualidade e esperança de vida dos idosos vacinados”, argumenta.

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Nesse sentido, a geriatra afirma que a maior preocupação tem que ser em relação aos malefícios que a própria doença causa, pois são muito mais graves do que possíveis efeitos adversos da vacina. Reforça também a importância dos imunizantes, pois eram responsável pelo aumento de 30 anos na expectativa de vida do brasileiro e também permitiu erradicação de doenças graves, como a varíola.

O médico também faz alguns esclarecimentos em relação aos efeitos colaterais. Ela garante que, geralmente, podem se manifestar no local da picada, como desconforto no braço, vermelhidão e inchaço. Às vezes, um leve mal-estar e dor de cabeça. Porém, nada que dure muito mais que três dias.

“Quando envelhecemos, o sistema imunológico e todos os nossos órgãos acompanham esse processo. E com isso, o a incidência e o risco de doenças infecciosas evitáveis ​​também aumentam”, explica o médico. “Assim, quando um idoso é acometido por doenças como pneumonia, Covid-19, gripe ou herpes zoster, existe uma piora importante no estado funcionalmuitas vezes causando qualidade de vida não volta à anterior“, finaliza.

Vacinações de rotina recomendadas no calendário

  • Gripe (a gripe)
  • Polissacarídeo pneumocócico conjugado VPC13 ou VPC15 e VPP23
  • Herpes zóster
  • Tríplice bacteriana acelular tipo adulto (difteria, tétano e coqueluche) – dTpa ou dTpa-VIP/ Dupla adulta (difteria e tétano) – dT
  • Hepatite B
  • Febre amarela
  • Vírus Sincicial Respiratório (Arexvy)
  • COVID-19

Vacinas recomendadas em situações especiais

  • Hepatite A: após avaliação sorológica ou em situações de exposição ou surtos
  • Hepatite A e B: quando ambas as vacinas são recomendadas
  • Meningocócico conjugado ACWY ou C: durante surtos e viagens para áreas de risco
  • MMR (sarampo, caxumba e rubéola): em situações de risco aumentado

Para mais detalhes acesse o Calendário de Vacinação do Idoso 60+ aqui.



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