A série documental acaba de chegar na plataforma de streaming Max Romário: O Homem, que conta a história do atacante tetracampeão mundial. A série apresenta o jogador de 58 anos, sem filtros, comentando os diversos pontos polêmicos de sua carreira, e desfaz a fama de que ele se tornou meliante ao longo da carreira: afinal, Romário nasceu meliante. E a prova está nas declarações divertidas (e sinceras) que o ídolo carioca faz sobre diversas polêmicas em que se envolveu durante sua época como atleta. “Gosto da paz, mas trabalho muito na guerra”, diz o ex-atleta.
A série estreou com dois episódios de 45 minutos cada, e toda quinta-feira um novo capítulo estará disponível. Nestes dois primeiros é mostrado o início da carreira de Romário no Vasco da Gama; a sua transferência para o PSV, da Holanda; o vice-campeonato da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988; a vitória do time na Copa América de 1989; o corte traumático do jogador na Copa do Mundo de 1990, quando a Argentina eliminou o Brasil; a briga com Zagallo nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994; e termina com a ida do jogador para o Barcelona, na Espanha. Sem falsa modéstia, Romário afirma: “Quando eu nasci, meu pai do céu apontou o dedo para mim e disse: ‘Você é o cara’”.
Abaixo destacamos três momentos polêmicos que o atleta revela na série documental:
Lute com Zagallo:
Às vésperas da Copa do Mundo de 1994, Romário desentendeu-se com o técnico Carlos Alberto Parreira e também com o coordenador técnico Zagallo. O jogador desafiou as ordens e só foi convocado para a Copa do Mundo por pressão da torcida. Na série, Romário descreve uma discussão que teve com Zagallo no quarto do hotel, quando Velho Lobo teria gritado com ele. “Nem meu pai grita comigo. Se ele gritar comigo, eu mando ele tomar o cu”, diz Romário no documentário. O entrevistador então retruca. “Mas ele disse que gritou.” E Romário responde: “Mas eu te digo que ele não gritou”.
Lesão às vésperas da Copa do Mundo de 1990
Em 1990, Romário foi um dos atacantes de maior sucesso na Europa ao sofrer uma lesão no pé durante jogo com o PSV, da Holanda. Levado ao hospital, Romário passou por uma cirurgia contra a vontade e se irritou com o resultado e com os médicos do clube. Por conta própria, ligou para o fisioterapeuta Nilton Petrone, conhecido como Filé, pedindo-lhe que fosse à Holanda para ajudá-lo. Chegando lá, Romário contratou um tradutor para conversar com os médicos. Mais uma vez, Romário se irritou porque o profissional não traduziu os palavrões que disse. “Os caras disseram tudo. E eu disse, moralmente: “Manda esse cara pegar a bunda dele. Ele não entende merda nenhuma. Filé é quem vai me tratar aqui. Mas nunca traduziram exatamente o que eu falei”, afirma o jogador. No final, Romário se recuperou, mas o técnico Sebastião Lazaroni decidiu cortar o jogador, colocando em seu lugar o atacante Careca. O resultado foi um fiasco contra a Argentina nas oitavas de final, com gol de Caniggia.
Jogo PSV na Índia
Outra situação curiosa do documentário reforça a fama de idiota do jogador e o status de celebridade que tinha no PSV. No final do ano, o atleta sempre voltava ao Rio de Janeiro para passar as férias com a família e, invariavelmente, atrasava o retorno à Holanda, sempre dando alguma desculpa esfarrapada. A direção do clube, porém, aceitou porque Romário continuou a fazer gols como nunca antes. Certa vez, no final do ano, o PSV decidiu participar de um importante torneio na Índia que traria publicidade e dinheiro ao clube. Romário, que estava aproveitando as férias no Rio, não foi. No documentário, sem rodeios, ele conta o motivo: “P****, não poderia ir para a Índia, não. A Índia está muito longe. O que vou fazer na Índia? Consegui treinar aqui, me manter em forma no Rio de Janeiro, jogando futevôlei, jogando futebol. Acabei não indo para a Índia e foi uma merda.” Quando finalmente regressou à Holanda para ingressar no PSV, Romário foi repreendido pelo presidente do clube, mas respondeu dizendo que marcaria dois golos no jogo seguinte. Na época, a indisciplina do atleta passou despercebida, mas alguns anos depois a situação começou a ficar insustentável porque os demais jogadores não gostaram do status de celebridade que Romário tinha no time e ele acabou sendo vendido para o Barcelona, em Espanha, onde marcou muitos mais gols.
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