Verão: tratamentos estéticos mal indicados podem q…

Nem todos os tratamentos estéticos podem ser feitos no verão porque alguns são fotossensibilizantes, ou seja pode tornar a pele mais sensível ao sol. Então, como a taxa de radiação e a temperatura são muito elevadas no verão, existe o risco de manchar a pele, piorar o melasma e causar queimaduras.

Entre os principais tratamentos não recomendados está peeling químico. A grande maioria é composta por ácidos que “descascam” as camadas mais superficiais da pele na esperança de obter uma camada por baixo com menos imperfeições. Mas todos estes ácidos são fotossensibilizadores.

O peeling químico também deixa a pele extremamente sensível e descamação. Cria um processo inflamatório superficial, deixando a pele vermelha. E quando a pele, por algum motivo, fica sensibilizada e inflamada, a chance de manchar é muito maior.

O alerta também é importante para o uso doméstico de ácidos e retinóidesque também não são recomendados neste período, a menos que haja recomendação médica. E neste caso o paciente deve ficar atento ao uso (e reaplicação) do fotoprotetor, que deve ser usado religiosamente, sem esquecer.

Tecnologias como plasma ou laser ablativo de CO2 também não devem ser utilizadas no verão por terem ação superficial e epidérmica.

O protetor solar e o bom senso serão sempre os melhores amigos da sua pele. Muitos procedimentos ainda podem ser feitos. O clássico toxina botulínica, Botox é um exemplo. O risco é zero porque a aplicação não é na pele, mas sim no músculo. E também porque não causa fotossensibilidade. Aplicações de preenchimentos de ácido hialurônico também estão disponíveis.

Outro tratamento permitido no verão é o Atria, um ultrassom microfocado de quarta geração. Ele tem a propriedade de tratar camadas profundas da pele passando frio pela superfície. Estimula o colágeno sem sensibilizar a pele e pode até ser usado em peles bronzeadas.

Quanto às tecnologias, no verão podemos utilizar o laser Híbrido de CO2 na configuração laser frio. O tratamento não transfere calor e pode rejuvenescer a pele sem afastar o paciente das atividades diárias.

Ao mesmo tempo, pode tratar pele com melasma e com tendência a desenvolver manchas, justamente porque o laser frio Hybrid Co2 é atérmico, portanto não há risco de transferir calor e estimular a hiperpigmentação.

Mas lembre-se que, no verão e em qualquer época do ano, o uso do protetor solar é fundamental. Caso a pele esteja mais sensibilizada devido a algum tratamento, ao invés do FPS 30, o paciente deverá usar números maiores, como FPS 50 ou 70.

Com a indicação correta, muitos tratamentos podem beneficiar pacientes que desejam rejuvenescer a pele no período de verão.

*Abdo Salomão Jr. é dermatologista, doutor pela USP e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD)