Temperatura caiu: um guia para proteger e cuidar das crianças nesta época – Jornal Estado de Minas

Temperatura caiu: um guia para proteger e cuidar das crianças nesta época – Jornal Estado de Minas



Faltando pouco mais de um mês para o fim do inverno, as temperaturas caíram drasticamente, reforçando os temores de doenças respiratórias resultantes da circulação generalizada de vírus. Não à toa, dados do Boletim InfoGripe, monitoramento semanal realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgados em 19 de julho, RNas últimas seis semanas, houve tendência de aumento nos estados do Sudeste, com exceção do Rio de Janeiro, na internação de crianças pequenas para tratamento de infecções causadas pelo vírus influenza, vírus sincicial respiratório e rinovírus.

Segundo Lais Meirelles Nicoliello Vieira, pneumologista pediátrica e professora do curso de Medicina da Façah, as patologias mais comuns que afetam as crianças são resfriados, bronquiolite viral aguda e pneumonia viral ou bacteriana. “Em particular, este ano estamos vivenciando um aumento significativo de casos de coqueluche e pneumonia atípica”, explica.

A professora destaca que é normal que uma criança que frequenta escola ou creche tenha de oito a dez resfriados por ano. “Ela pode apresentar tosse frequente e coriza, pois está sempre em contato com vírus. Mas, se ela estiver com febre há mais de três dias, cansaço e dificuldade para respirar, deve ser levada para avaliação com um pediatra.”

Nos casos de asma, bronquite, bronquiolite ou pneumonia, os sintomas são um pouco diferentes. “Nestas condições, as crianças podem apresentar, além de tosse e congestão nasal, por vezes febre e também cansaço, esforço ou dificuldade em respirar, utilizando a barriga para ajudar na respiração. Pode ser difícil diferenciar do ponto de vista de um leigo, mas é importante que os pais reconheçam os sinais de alerta e que seja realizada avaliação médica adequada”, enfatiza o especialista.

Fatores de risco e tratamentos

Laís aponta os principais fatores de risco em crianças:

  • Crianças prematuras ou nascidas com baixo peso ao nascer (menos de 2,5 kg)
  • Aqueles com qualquer comorbidade (diabetes, hipertensão, fibrose cística, anemia falciforme)
  • Aqueles que frequentam creche antes dos dois anos de idade
  • Conviver com pessoas que fumam – inclusive durante a fase intrauterina
  • Multidões, ambientes fechados e em locais com muita poeira e partículas finas

“São mais vulneráveis ​​e podem, por vezes, apresentar quadros mais graves”, sublinha.

Como as patologias do aparelho respiratório são múltiplas e podem se apresentar de diferentes formas e gravidades, a professora ressalta que o tratamento deve ser individualizado com base no diagnóstico médico. “Quando o paciente apresenta um resfriado comum simples com tosse, febre baixa e coriza, secreção muito clara e sem sinais de alerta, a causa geralmente é por um vírus”.

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Não existem medicamentos que “matem os vírus”, apenas que controlem os sintomas. “Nessas condições, a recomendação é lavar bem o nariz da criança e fornecer medicação em caso de dor e febre. Casos de dificuldade e esforço para respirar devem ser avaliados pelo pediatra para receber o diagnóstico correto e o tratamento adequado.”

Quando procurar atendimento?

Lais reforça que os pais e responsáveis ​​não precisam procurar atendimento médico para casos de resfriados comuns. “A família deve levá-los para consulta quando a criança estiver com febre há mais de três dias, para avaliar se é um quadro bacteriano. E, antes disso, se você tiver manchas no corpo, crise convulsiva, dificuldade e esforço para respirar, não estiver aceitando nenhum líquido ou alimento e parar de urinar.”

Leia também: Conheça as diferenças entre o vírus sincicial respiratório e a gripe

A pneumologista destaca a importância do vínculo na relação médico-paciente. “O pediatra que acompanha a criança já sabe das doenças anteriores, o que facilita o atendimento.”

Prevenção

A professora afirma que a forma mais eficaz de evitar a gripe é a prevenção, portanto:

  1. Lave bem as mãos
  2. Use uma máscara. Válido para pacientes sintomáticos
  3. Higienize as passagens com lavagem nasal constante
  4. Remover temporariamente crianças que apresentem sintomas da escola
  5. Mantenha as vacinas em dia
  6. Priorize atividades ao ar livre neste período mais frio

Lais ressalta que é fundamental manter o calendário vacinal atualizado, “inclusive as vacinas contra a COVID-19 e a influenza (vírus da gripe). Os pais e responsáveis ​​devem entrar em contato com a Unidade Básica de Saúde (UBS) e solicitar a verificação da carteira de vacinação para saber se está tudo em dia.”

A professora reforça a importância da higiene nasal com uso de soro fisiológico nos casos sintomáticos. “Como as secreções nasais contêm grande carga viral, é fundamental lavar as narinas da criança com soro fisiológico de forma suave, ou seja, com volume mas sem pressão, para evitar o risco de otite”.



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