Sudeste lidera casos de câncer de cabeça e pescoço no Brasil – Jornal Estado de Minas

Nesta sexta-feira (26/07) marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, doença que atinge cerca de 40 mil brasileiros por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). As regiões Sudeste (20.470) e Nordeste (10.070) lideram as estatísticas anuais desse tipo de neoplasia, que apresenta alta mortalidade no Brasil. Segundo o Inca, 76% dos casos são descobertos em estágio avançado.

“O diagnóstico tardio é resultado da desinformação sobre o câncer de cabeça e pescoço. O rastreamento adequado e a descoberta precoce podem salvar vidas, já que o tratamento na fase inicial tem 90% de chance de cura”, afirma o oncologista da Oncoclínicas Belo Horizonte, Bruno Favato Neto.

A combinação de exames clínicos, exames de imagem como tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) ou tomografia por emissão de pósitrons (PET) e biópsias são essenciais para o diagnóstico.

Segundo o especialista, o câncer de cabeça e pescoço inclui uma variedade de tumores que se desenvolvem na boca, garganta, nariz, seios paranasais, glândulas salivares e outras áreas da região.

Os sintomas variam dependendo da localização do tumor, mas alguns sinais são comuns, como dor persistente na boca, garganta ou ouvido, feridas que não cicatrizam, dificuldade para engolir, rouquidão ou alterações na voz, caroços no pescoço, sangramentos nasais frequentes e perda de peso inexplicável. “É importante ficar atento e procurar um médico caso persistam”, destaca Bruno Favato Neto.

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O tratamento depende do tipo, localização e estágio e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação desses métodos. A intervenção é frequentemente usada para remover o tumor, seguida de radioterapia ou quimioterapia para eliminar quaisquer células cancerosas remanescentes. Terapias direcionadas e imunoterapia também estão sendo usadas para tratar casos avançados.

Fatores de risco e prevenção

Este tipo de câncer está associado a causas de risco específicas. O uso de tabaco, incluindo cigarros, charutos, produtos de tabaco sem fumaça e consumo excessivo de álcool, pode aumentar significativamente as chances de desenvolvimento de neoplasia. Além disso, a infecção pelo HPV tem sido cada vez mais reconhecida como uma importante causa de câncer, especialmente na orofaringe.

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“Embora o câncer de cabeça e pescoço possa afetar qualquer pessoa, é mais comum na população com mais de 50 anos e afeta mais homens do que mulheres. Porém, a incidência da infecção pelo HPV está aumentando entre os mais jovens”, destaca o oncologista.

“O acompanhamento regular após o tratamento é essencial para monitorar a recuperação e detectar precocemente possíveis recaídas. Apoio psicológico e reabilitação, como fonoaudiologia e fisioterapia, podem ser necessários para ajudar os pacientes a terem qualidade de vida”, aponta a especialista.