Síndrome do FOMO: o medo de perder algo afeta cada vez mais pessoas – Jornal Estado de Minas

Síndrome do FOMO: o medo de perder algo afeta cada vez mais pessoas – Jornal Estado de Minas



Com a crescente presença das redes sociais no dia a dia, um fenômeno psicológico tem chamado a atenção dos especialistas: a Síndrome FOMO (Fear of Missing Out), ou medo de perder alguma coisa. Segundo a psicóloga Anahy D’Amico, esse sentimento atinge principalmente jovens e adultos conectados à internet, que se veem constantemente comparando sua vida com a de outras pessoas.

“FOMO é a ansiedade gerada pela percepção de que os outros estão aproveitando mais a vida do que você”, explica Anahy. “Essa sensação surge, principalmente, quando estamos nas redes sociais e vemos fotos de viagens, eventos ou conquistas de outras pessoas, criando a ilusão de que todos ao nosso redor estão tendo experiências mais interessantes ou satisfatórias.”

Os principais sintomas da síndrome, segundo a psicóloga, incluem:

  1. Ansiedade constante: a pessoa fica ansiosa ao ver postagens de amigos ou colegas participando de eventos ou atividades que ela não pode ou não pode acompanhar
  2. Dificuldade de concentração: o medo de perder algo importante pode dificultar que uma pessoa se concentre no que está fazendo no momento
  3. Insatisfação crônica: há um sentimento persistente de que a vida pessoal não é tão interessante ou gratificante quanto a dos outros
  4. Uso compulsivo de redes sociais: Quem sofre de FOMO muitas vezes fica preso em ciclos repetitivos de verificação das redes sociais para se manter atualizado sobre o que os outros estão fazendo.
  5. Baixa auto-estima: Comparações constantes com a vida de outras pessoas podem resultar em uma visão negativa de si mesmo

Anahy destaca ainda que a exposição excessiva a conteúdos nas redes sociais intensifica esse comportamento, levando a um ciclo vicioso de ansiedade e insatisfação. “As pessoas não compartilham os momentos comuns ou difíceis de suas vidas nas redes sociais. Por isso, quem vê as postagens fica com a impressão de que sua vida é menos interessante, o que pode impactar negativamente na autoestima e no bem-estar emocional ”.

A psicóloga recomenda que quem se identifica com esses sintomas considere limitar o tempo nas redes sociais e praticar o autocuidado. “É importante se desconectar por um momento e entender que a vida real, com suas complexidades, não é apenas o que você vê online. Reconectar-se com o que realmente traz satisfação e valor pessoal é essencial para reduzir o impacto do FOMO.”

Com a popularização do termo e a crescente atenção de especialistas, o FOMO tem sido cada vez mais debatido no campo da saúde mental. As intervenções sugeridas envolvem, além da redução do tempo online, a prática de atividades que promovam o bem-estar, como exercício físico, meditação e interação social presencial. “O medo de perder algo nos desconecta do presente. Precisamos lembrar que as verdadeiras experiências de vida acontecem fora das telas”, recomenda.

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