Problemas de ouvido e audição estão entre os incidentes de saúde mais comuns na população. No Brasil, especialistas estimam que 15 milhões de habitantes apresentam algum comprometimento na capacidade auditiva. Globalmente, esta realidade afecta 1,5 mil milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. O tema ganha destaque especialmente com o Dia Nacional de Combate à Surdez, no próximo domingo (11/10).
De acordo com o Relatório Mundial sobre Audição, 217 milhões de pessoas só no continente americano apresentam algum grau de perda auditiva, sendo que cerca de 6% desse grupo apresenta nível moderado ou superior de perda auditiva.
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e a Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) destacam os cuidados e hábitos capazes de prevenir a perda auditiva, condição que pode afetar pessoas de todas as idades.
Evite a exposição a ruídos intensos
A exposição a ruídos acima de 85 decibéis pode danificar as células sensoriais da parte interna do ouvido, por isso os especialistas recomendam limitar o tempo de escuta a sons altos e usar equipamentos de proteção auditiva em ambientes com ruído excessivo.
“Ouvir música em volume alto por muito tempo pode causar perda auditiva temporária ou zumbido, ou até mesmo danos permanentes. Os jovens são o principal grupo de risco devido ao uso intenso de fones de ouvido”, explica o presidente da SBO e membro da ABORL -CCF, Robinson Koji Tsuji.
Controlar pressão arterial, colesterol e diabetes
Hipertensão, diabetes e níveis elevados de colesterol podem afetar a circulação sanguínea, prejudicando o fornecimento de sangue ao ouvido interno, o que pode levar à perda auditiva.
“Essas doenças aumentam o risco de fluxo sanguíneo irregular, o que, consequentemente, favorece a degeneração do aparelho auditivo, aumentando as chances de desenvolver algum problema auditivo. Portanto, é fundamental que estejam sob controle”, afirma Robinson.
Segundo a especialista, a prática regular de atividade física é uma estratégia que pode melhorar a circulação sanguínea e ajudar no controle da hipertensão, diabetes e colesterol.
Evite fumar
Fumar é um fator de risco significativo para perda auditiva. Estudos indicam que fumantes são mais propensos a alterações e efeitos nocivos no sistema auditivo em comparação aos não fumantes.
“Isso acontece porque as toxinas presentes no cigarro podem afetar a circulação sanguínea até a cóclea, parte interna do ouvido responsável pela transmissão do som ao cérebro”, explica Robinson.
Tratamento de infecções de ouvido
Identificar e tratar infecções de ouvido, como infecções de ouvido, também evita complicações que resultam em perda auditiva. Consultas regulares com um otorrinolaringologista são essenciais para a manutenção da saúde auditiva.
Evite substâncias ototóxicas
O contato com alguns produtos químicos e o uso de certos medicamentos podem causar efeitos colaterais, incluindo danos às estruturas internas do ouvido, fenômeno denominado ototoxicidade na medicina. Os danos podem ocorrer dependendo do tempo de exposição, intensidade e frequência de contato com essas substâncias.
“Perda auditiva, zumbido e alterações de equilíbrio são alguns problemas que podem surgir devido à ototoxicidade. É mais comum quando se usam medicamentos que apresentam esse efeito colateral. Por isso, é importante consultar um médico sobre os riscos e a existência de alternativas medicamentosas mais seguras para evitar danos irreversíveis à audição”, acrescenta o especialista.
Realizar triagem neonatal
Quando se trata de crianças, a triagem auditiva neonatal é um exame fundamental que deve ser realizado nos primeiros dias de vida do bebê. A identificação precoce de qualquer problema auditivo permite que os tratamentos e intervenções necessários sejam iniciados o mais rápido possível.
Atenção ao desenvolvimento da fala e da linguagem
Observar atentamente a evolução da fala e da linguagem em crianças pode ajudar a detectar problemas auditivos. Quase 60% da perda auditiva pode ser evitada se diagnosticada precocemente.
“Entre os sinais de que algo não vai bem com sua audição, é importante ficar atento a qualquer dificuldade de desempenho escolar, atraso na fala, mudança de letras ou déficit de atenção, pois a criança está em uma fase da vida pouco provável ocorrer. reclamar. Também é necessário que a criança faça consulta com um otorrinolaringologista, pois quase 60% das perdas auditivas podem ser evitadas se diagnosticadas precocemente”, afirma o médico.
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