Você já sentiu aquela sensação de olho seco, muitas vezes causando dor e sensação de areia ao ver? Julho é lembrado como o mês do ‘Olho Seco’ e a sede da Associação Médica Mineira é iluminada de azul, em alusão à cor turquesa que celebra o tema.
Em parceria com a Sociedade Mineira de Oftalmologia (SMO), a campanha visa alertar e combater uma doença que atinge 20 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Olho Seco (Apos), que representa 34% da população do país que sofrem alterações na produção de lágrimas. Esta é uma condição relativamente comum caracterizada pela composição anormal do filme lacrimal e inflamação da superfície ocular. Estima-se uma prevalência mundial estimada de 5% a 50%.
Segundo o diretor da SMO e da AMMG, Luiz Carlos Molinari Gomes, isso inicia um ciclo vicioso de inflamação e danos à superfície ocular que pode prejudicar a qualidade de vida e a visão dos pacientes afetados. “Muitos fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença, incluindo doenças oculares e sistêmicas, uso de medicamentos tópicos e sistêmicos, condições ambientais, uso de lentes de contato, má qualidade do ar, tabagismo, histórico médico pregresso, poluição e pós-operatório de cirurgia ocular. .”
Molinari explica que é uma causa comum de idas ao oftalmologista, afetando mais mulheres do que homens, associada a sintomas como visão turva, desconforto ocular e sensação de ressecamento. Os sintomas incluem: ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldade de permanecer em locais com ar condicionado ou em frente ao computador, olhos embaçados ao final do dia, coceira, vermelhidão, lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz.
A especialista explica que, por o distúrbio ser crônico, o tratamento geralmente é de longo prazo, podendo utilizar intervenções farmacológicas e não farmacológicas para abordar todos os componentes etiológicos.
“O manejo a longo prazo pode ser desafiador e na maioria das vezes deve envolver o encaminhamento de um oftalmologista. No entanto, os médicos de cuidados primários são muitas vezes os primeiros a atender os pacientes com a doença e, o que é mais importante, fornecem o diagnóstico inicial e a educação preliminar do paciente sobre o processo da doença. Eles devem considerar a prescrição de medicamentos com menos efeitos na superfície ocular sempre que possível em pacientes em risco ou com doença de olho seco existente.”
A diretora reforça que o manejo bem-sucedido da doença do olho seco geralmente requer o uso de diversas terapias farmacológicas e/ou não farmacológicas, bem como modificações ambientais e de estilo de vida, para mitigar as etiologias subjacentes e restaurar a homeostase do filme lacrimal.
“O problema pode estar ligado a outros fatores como o uso excessivo de tecnologias como smartphones e computadores.” Além disso, o médico afirma que a expectativa de vida aumentou, ampliando as doenças crônicas, as deficiências vitamínicas e a ingestão de diuréticos, antidepressivos e anti-histamínicos. Ele alerta ainda para a necessidade de consultar um oftalmologista para obter um diagnóstico correto e identificar as causas da doença.
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