O protetor solar não é apenas o melhor amigo da pele e a melhor estratégia para preservar o colágeno. É também uma prescrição universal no mundo da dermatologia. Mas, mais do que aplicar o produto, é importante ficar atento a alguns cuidados, como usar acessórios, evitar muita exposição e, principalmente, reaplicar o protetor solar.
“A ideia de que o protetor solar é um endosso para o bronzeado é ilusória. Em muitos casos, as pessoas nem sequer reaplicam o produto. Tudo isso, somado a uma cultura de envolvimento em hobbies/atividades ao ar livre e temperaturas mais quentes aumentando a exposição aos raios UV pode aumentar o risco de desenvolver câncer de pele, além de favorecer o envelhecimento precoce com aparecimento de manchas, rugas e flacidez”, explica dermatologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Flávia Brasileiro.
O câncer de pele é o mais comum no país. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, o número estimado de novos casos de câncer de pele não melanoma, para cada ano do triênio 2023 a 2025, é de 220.490, e as mulheres são as maiores vítimas ( 118.570 casos). ).
“O protetor solar é um guardião da pele. Pode possuir filtros físicos que funcionam como uma parede de tijolos, na qual a luz bate e retorna, sem absorvância; ou contêm filtros químicos que filtram os raios nocivos, ou seja, há uma transformação química da energia da radiação ultravioleta e a energia de baixa intensidade que atinge a pele não traz os malefícios da radiação, que é potencialmente cancerígena, e assim protege a pele também da queimadura”, diz Flávia.
“Mas precisa ser reaplicado a cada duas horas na exposição direta ou em situação em que a pessoa suou, tirou o protetor solar ao entrar no mar ou na piscina ou mesmo após usar toalha. Em geral, os pacientes não aplicam protetor solar suficiente ou permanecem horas ao sol após a aplicação do protetor solar pela manhã. Isso dá uma falsa sensação de segurança”, explica o médico.
Segundo Flávia, também é preciso ter moderação na hora de se expor ao sol. “As pessoas podem e devem aproveitar a vida ao ar livre, mas sem se queimar ou bronzear. Para isso, é recomendado o uso e reaplicação do protetor solar. Deve ser um produto com FPS no mínimo 30. Acessórios como bonés, chapéus, óculos, roupas com proteção UV também devem ser usados. Mas, o mais importante é evitar demasiada exposição direta, principalmente entre as 10h e as 16h, quando a incidência de radiação é maior”, acrescenta.
Como aplicar e reaplicar
É fundamental ficar atento à quantidade de aplicação do protetor. “A gente realmente sabe que na prática o que está no FPS do frasco acaba não sendo aplicado como deveria e aquele filtro que está ali não é igual ao que é aplicado na pele, porque é aplicado em menor quantidade . Então em algum momento a pessoa fica com a fotoproteção muito pior, o que pode fazer com que ela sofra queimaduras”, afirma o médico.
Em termos práticos, para obter a proteção do fator de proteção solar (FPS) descrito no rótulo, segundo o médico, é necessário aplicar 2mg/cm2. “Na prática, pensando no rosto, essa medida equivale a uma colher cheia de café. No caso do corpo, recomenda-se aplicar uma colher de café no braço e antebraço direito, uma colher no braço e antebraço esquerdo, duas colheres no tronco (uma para a frente e outra para trás), duas colheres para a coxa e perna direita (uma para a frente e outra para trás), e duas colheres para a coxa e perna esquerda (uma para a frente e outra para trás).
Esta aplicação deve ser feita 30 minutos antes da exposição solar, de preferência antes mesmo de vestir a roupa. “No caso do rosto, é preciso aplicar uma camada generosa de protetor solar capaz de cobrir toda a área. Também é importante reforçar a região da maçã do rosto, ao redor dos lábios, na ponta do nariz e nas suas laterais, pois são áreas onde mais notamos as áreas de cancerização e formação de manchas. Não se esqueça de passar protetor solar também no pescoço, no peito e na região do decote V da camisa, que é uma área esquecida e, por consequência, demarca a linha de fotoenvelhecimento e o aparecimento de queratoses actínicas, que são lesões do pele. tipo pré-câncer. Quanto ao corpo, a recomendação mais importante é aplicar protetor solar antes de vestir a roupa. Além disso, o protetor solar deve ser aplicado puro na pele para não perder potência e aderência”, ensina Flávia.
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