Muito se tem falado sobre o impacto dos chamados desreguladores endócrinos para a saúde. São substâncias químicas presentes em diversos produtos, como os feitos de plásticoscapaz de interferir na produção de hormônios, podendo comprometer, entre outras coisas, o saúde reprodutiva.
Um revisão de estudo recente mostraram que a qualidade dos ovos e as chances de gravidez podem ser afetadas pela exposição ao bisfenol A (BPA), um dos desreguladores mais comuns, encontrado em utensílios plásticos de cozinha, garrafas reutilizáveis, recibos de pagamento e revestimentos e rótulos de latas.
No corpo, o BPA e compostos similares e alternativos se comportam de maneira semelhante ao estrogênio, confundindo os receptores e interrompendo a produção de hormônios relacionados ao estrogênio. fertilidade.
Para verificar o impacto dessas substâncias do ponto de vista reprodutivo, os pesquisadores avaliaram cinco fatores relacionados à qualidade dos óvulos: contagem de folículos ovarianos (responsáveis pelo armazenamento dos óvulos), número de óvulos coletados e morfologia desses gametas, além da progressão meiótica ( capacidade dos óvulos de completar o processo responsável pela maturação dos óvulos e divisão do número de cromossomos) e a integridade do fuso meiótico (maquinário envolvido na separação dos cromossomos durante a meiose).
Esses fatores foram avaliados com base em dados de estudos realizados in vitro e in vivo em humanos e animais, principalmente ratos.
A maioria dos estudos relatou efeitos negativos à saúde dos ovos causados pelo BPA e suas alternativas. Experimentos in vitro mostraram consequências para a morfologia do ovo, integridade do fuso e progressão meiótica, enquanto pesquisas in vivo destacaram perdas na contagem de folículos.
Nos seres humanos, níveis elevados de BPA têm sido associados a um menos folículos e óvulos coletados. Além disso, estudos realizados em animais demonstraram que a exposição à substância pode afetar inclusive as gerações futuras.
A revisão reforça a urgência de adaptar os limites seguros de exposição aos BPAs aplicados atualmente, pois entendemos que mesmo uma baixa exposição pode causar problemas de saúde. E talvez não exista uma dose segura. Contudo, em geral, as políticas regulatórias não nos protegem mesmo contra doses baixas.
Também precisamos ser extremamente cuidadosos com alternativas ao BPA, como o BPF e o BPS. Hoje, muitos produtos trazem em seus rótulos um selo indicando que são livres de BPA, mas possuem essas opções para substituí-lo, o que também pode ser prejudicial e interferir na qualidade dos óvulos e na saúde reprodutiva.
Vale ressaltar que 90% da exposição humana ao BPA ocorre por via oral. Mas, infelizmente, não há como eliminá-la completamente, pois essas substâncias estão presentes em grandes quantidades no dia a dia.
Enquanto não são implementadas políticas regulatórias mais rígidas, é possível adotar alguns cuidados, como não aquecer, deixar ao sol ou colocar alimentos quentes em recipientes plásticos, pois o calor faz com que esses produtos liberem BPA, que é absorvido pelos alimentos. Evite também latas amassadas e garrafas plásticas, optando por garrafas de vidro ou aço inoxidável.
Outra fonte comum de exposição ao BPA são as receitas de vendas; portanto, evite manuseá-los, principalmente com os dedos molhados, e jogue fora todas as cópias antigas. Se possível, prefira receber os recibos digitalmente.
*Rodrigo Rosa é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana, sócio fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime e Mater Lab, em São Paulo, além de membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Sociedade de Reprodução Humana (SBRH)
Compartilhe este artigo via:
bxblue emprestimos
quero fazer empréstimo consignado
como fazer emprestimo consignado
empréstimo c
bxblue simulação
emprestimo consignado para aposentado inss
emprestimo consignado online rapido
empréstimos consignados
simulação para emprestimo consignado
empréstimo consignado para negativado
emprestimos para aposentados inss