Pressão 12 por 8 é alta? Veja o que dizem os cardiologistas brasileiros – Jornal Estado de Minas

Pressão 12 por 8 é alta? Veja o que dizem os cardiologistas brasileiros – Jornal Estado de Minas



As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil e, se antes a pressão arterial de 12 a 7 era considerada normal e livre de preocupações, agora o índice vira um alerta sanitário. Recentemente, as diretrizes europeias de hipertensão, apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia em Londres, classificaram a pressão arterial, anteriormente considerada “normal”, de 12 a 7 (120 a 70 mmHg) como elevada. No entanto, a categorização não tem sido um consenso entre os cardiologistas.

Para entender melhor, antes dessa classificação, os especialistas dividem a pressão arterial em seis categorias:

  • Excelente: (abaixo de 120 por 80 mmHg)

  • Normal: (entre 120 por 80 e 129 por 84 mmHg)

  • Pré-hipertensão: (entre 130 por 85 e 139 por 89 mmHg)

  • Hipertensão estágio 1: (entre 140 por 90 e 159 por 99 mmHg)

  • Etapa 2: (entre 160 por 100 e 179 por 109 mmHg)

  • Etapa 3: (acima de 180 a 110 mmHg)

Segundo os autores da nova diretriz, a criação de uma categoria chamada “pressão alta” visa intensificar o tratamento precoce, mantendo a pressão arterial dentro da meta, principalmente em indivíduos com risco aumentado de doenças cardiovasculares. Rhian Touyz, professora da Universidade McGill, no Canadá, e uma das autoras da diretriz, destaca que “os riscos associados ao aumento da pressão arterial já começam quando a pressão sistólica [o primeiro número da fórmula] está abaixo de 120 mmHg.”

Como resultado, as novas diretrizes europeias classificam-nos como:

  • Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 milímetros de mercúrio (mmHg) – o popular “12 por 7”

  • Pressão alta: acima de 120 a 70 mmHg e até 139 a 89 mmHg (de 12 a 7 a “quase” 14 a 9)

  • Hipertensão arterial: maior que 140 acima de 90 mmHg (acima de 14 acima de 9)

OPINIÕES CONFLITANTES

No Brasil, mais de 50 milhões de adultos são acometidos pela hipertensão, dos quais apenas 30% têm conhecimento do diagnóstico. Luiz Guilherme Passaglia, presidente eleito da Sociedade Mineira de Cardiologia, explica que tanto as diretrizes brasileiras quanto as europeias classificam a hipertensão como taxas maiores que 13 por 8. “O que a diretriz está fazendo de diferente é a chamada pré-hipertensão, antes considerada 13 por 8 e agora caiu para 12 por 7.”

O cardiologista destaca que a confusão surge pela nomenclatura, mas que o que deve ser destacado é o menor objetivo do tratamento, ou seja, iniciar o atendimento de forma mais rápida e regular. “A partir do diagnóstico é preciso estar dentro da meta de controle. A hipertensão, assim como o diabetes e a obesidade, não têm cura. Portanto, um índice de 12 por 7 levanta um alerta de saúde”.

“Na prática, isso serve para que os médicos tenham consciência de que pacientes com alto risco de doenças cardiovasculares precisam ser tratados de forma mais agressiva. Nesse ponto eu concordo com a orientação, mas o paciente normal, que não tem fator de risco, com esse nível de pressão, não adianta dar remédio para esse paciente. Esse paciente na verdade não terá nenhum benefício ou indicação”, afirma o cardiologista Evandro Guimarães, que não concorda inteiramente com a nova categorização.

Por exemplo, o especialista comenta o uso de medicamentos por pacientes considerados hipertensos. “Nem todo mundo receberá medicação prescrita. Quem é recomendado para tomar medicação? O paciente que tem alto risco cardiovascular, ou seja, aquele que já teve infarto, acidente vascular encefálico (AVC), diabético, paciente com insuficiência renal, que já fez angioplastia e acidente vascular cerebral.”

Para o cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, professor do Departamento de Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP e membro do Conselho Científico da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) ), o termo hipertensão para pacientes com medidas acima de 120mmHg por 70mmHg, o tradicional 12 por 7, é um pouco exagerado.

“Se pensarmos que 7 representa a pressão sistólica e é responsável por levar o sangue às artérias coronárias, é estranho pensar que um pouco acima de 7, por exemplo 124 a 72, possa ser considerada pressão alta. Continuo preferindo as nomenclaturas anteriores que se referiam a pacientes com pré-hipertensão. Além de causar confusão na cabeça dos pacientes, o termo pressão alta assusta”, comenta.

O especialista acrescenta que o médico, ao avaliar um paciente, utiliza números como indicadores. “A questão é que não tratamos os números, tratamos o paciente. Há outras questões que devem ser observadas – se ele tem comorbidades, como diabetes, insuficiência cardíaca, colesterol alto, etc.”, explica. Ele ainda coordena o projeto “Aliança Onda: Menos Pressão, Mais Ação!”, que visa controlar a hipertensão em 70% dos pacientes brasileiros até 2030.

Além disso, Bortolotto afirma que não há evidências científicas que comprovem que um indivíduo com pressão arterial acima de 12 sobre 7 (124 sobre 74) tenha risco cardiovascular reduzido se a pressão cair para 11 sobre 7, por exemplo.

Porém, o que continua sendo consenso entre os médicos é que um paciente com pressão de 140mmHg a 90mmHg é considerado hipertenso, e, portanto, deve receber prescrição médica e realizar tratamento medicamentoso.

Luiz Bortolotto faz parte da equipe responsável pela elaboração das novas diretrizes brasileiras para diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes hipertensos. O novo documento deverá ser lançado em março de 2025.

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