Nesta quinta-feira (1/7), a ginasta brasileira Rebeca Andrade, considerada uma das melhores do mundo, subiu ao pódio nos Jogos Olímpicos, em Paris, para receber a medalha de prata na ginástica artística individual. Mas a trajetória do atleta até o pódio foi marcada por desafios. Rebeca já passou por três cirurgias devido a lesões no ligamento cruzado anterior (LCA), principal motivo de cirurgia entre os atletas.
“O ligamento cruzado anterior (LCA) é responsável pela estabilização da articulação do joelho, principalmente nos momentos de aceleração e desaceleração ou nos movimentos de giro. Justamente por isso, lesões nessa estrutura são tão comuns em esportes que exigem mudanças frequentes de posição, como no futebol, ocorrendo devido à torção do joelho. O mecanismo do trauma geralmente envolve o movimento do joelho para dentro ao mesmo tempo em que a tíbia é girada para fora e o pé fica preso ao chão”, explica o ortopedista especialista em traumatologia do joelho e do esporte, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. (SBOT), Marcos Cortelazo.
Não são apenas os atletas profissionais que estão suscetíveis a sofrer esse tipo de lesão, ela também pode acometer atletas amadores e até mesmo não praticantes de atividades físicas, por exemplo, devido a quedas. “Obesidade, fraqueza muscular, sobrecarga de treino, idade avançada, hipermobilidade articular, joelho valgo (para dentro) e lesões prévias do LCA são alguns dos fatores que podem favorecer a ocorrência desse tipo de trauma”, afirma o especialista.
A lesão do ligamento cruzado anterior geralmente é acompanhada por um estalo seguido de dor repentina no joelho. “Após o momento do trauma, o paciente pode notar inchaço e sentir redução da mobilidade e instabilidade na região, com sensação de joelho solto e falido”, afirma o médico, que alerta ainda que a intensidade dos sintomas pode variar de acordo com o doença. gravidade da lesão, sendo que algumas pessoas conseguem realizar atividades normalmente, enquanto outras sentem dor mesmo ao menor movimento. “Na dúvida, o mais importante é sempre procurar ajuda médica ao suspeitar de uma possível lesão do LCA, tanto para confirmar o diagnóstico quanto para verificar a ocorrência de outras lesões comumente associadas, como lesões de menisco e cartilagem”, afirma o ortopedista .
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Segundo Marcos, aquecimento e alongamento adequados antes da prática esportiva, praticar exercícios de fortalecimento muscular e equilíbrio e utilizar calçados adequados ao exercício e ao terreno são alguns dos cuidados necessários para prevenir lesões do LCA, além de evitar sobrecarga durante os treinos e ficar atento às fadiga muscular.
Porém, uma vez ocorrida a lesão, o ortopedista poderá indicar o tratamento adequado, que, na grande maioria dos casos, requer intervenção cirúrgica. “Geralmente o tratamento cirúrgico não é indicado para pacientes idosos, sem lesões associadas, que não realizam atividade física e com estabilidade do joelho preservada. Caso contrário, recomenda-se a cirurgia para reconstrução do ligamento rompido, pois ele tem baixa capacidade de cicatrização por si só”, afirma o especialista, que explica que a cirurgia não é muito invasiva, pois é realizada por videoartroscopia e utiliza enxertos de tecidos, como tendões, removidos do próprio paciente para reconstrução do LCA.
“Mas tão importante quanto a cirurgia é o processo de reabilitação pós-operatória, que, se realizado de forma inadequada, pode comprometer o sucesso do tratamento. Esse processo envolve principalmente sessões de fisioterapia, focando inicialmente na recuperação do movimento e depois no fortalecimento do ligamento.”
A boa notícia é que, hoje, com os avanços nas técnicas cirúrgicas e de reabilitação, a maioria dos pacientes consegue retornar à prática esportiva no mesmo nível de intensidade e desempenho, o que não acontecia antes, quando muitas carreiras eram encerradas por esse tipo de lesão. . lesão.
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“Para tanto, é fundamental que o tratamento seja adequado e o retorno seja gradual, de acordo com a velocidade de reabilitação do paciente e sempre com autorização do médico. O tempo necessário para o retorno do atleta às atividades pode variar de acordo com cada caso, mas é importante que esse processo não seja apressado, pois o retorno precoce à prática esportiva pode aumentar significativamente o risco de lesões nos joelhos”, afirma Marcos Cortelazo.
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