Pós-parto: aspectos ginecológicos e nutricionais para a saúde da mulher – Jornal Estado de Minas

Pós-parto: aspectos ginecológicos e nutricionais para a saúde da mulher – Jornal Estado de Minas



O pós-parto é uma fase de intensas transformações físicas e emocionais para a mulher, exigindo atenção redobrada à saúde ginecológica e nutricional. Os especialistas sublinham que a informação adequada e o apoio profissional são essenciais para garantir uma recuperação segura e o bem-estar das mães.

Segundo especialistas, nas primeiras semanas após o parto, o corpo da mulher passa por mudanças significativas, como involução uterina e sangramento vaginal. Além disso, a queda dos níveis hormonais pode resultar em fadiga, alterações de humor e depressão pós-parto, que afeta 10% a 20% das mulheres.

Estudos indicam que aproximadamente 30% das mulheres sofrem de incontinência urinária devido ao enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. Fatores como gravidez, parto, envelhecimento e cirurgia podem contribuir para esta fraqueza muscular.

A fisioterapeuta pélvica da Clínica Ginelife, Laura Barrios, destaca a importância do fortalecimento do assoalho pélvico durante a gravidez para prevenir problemas futuros. Ela afirma que “a prática de exercícios específicos durante a gravidez pode minimizar significativamente o risco de incontinência urinária no pós-parto. Exercícios para o períneo e relaxamento completo da musculatura durante a evacuação, em conjunto com exercícios respiratórios, são essenciais para prevenir a constipação, associada à comida.” Além disso, Laura ressalta que “a conscientização e os cuidados com o assoalho pélvico devem começar ainda antes do parto, garantindo melhor qualidade de vida à mulher”.

A nutricionista da Clínica Ginelife, Gaby Esteves, reforça a importância de uma alimentação balanceada no pós-parto. “A hidratação adequada é fundamental. Recomendo consumir pelo menos 2,5 litros de água por dia para garantir a produção adequada de leite e manter o equilíbrio do organismo”, explica. Ela alerta ainda que cerca de 25% das mulheres apresentam deficiência de ferro após o parto, o que aumenta o risco de anemia. “A suplementação vitamínica e mineral, como ferro e vitamina D, deve ser avaliada pelos profissionais de saúde”.

Para prevenir a prisão de ventre, que também é comum nesta época, Gaby recomenda que seja fundamental uma alimentação rica em fibras, com consumo de 25-30g diários, provenientes de frutas, vegetais e grãos integrais. “Em média, as mulheres perdem entre dois e três quilos nas primeiras semanas após o parto, com perdas adicionais ocorrendo gradualmente ao longo dos meses seguintes.”

A retomada de atividades físicas leves, como caminhada, pode ser feita após quatro a seis semanas, sempre com orientação médica. “Cada mulher tem um tempo de recuperação, por isso é importante respeitar os limites do corpo e contar com o apoio de uma equipe multidisciplinar”, pontua Gaby.

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