Apesar dos estudos e evidências científicas de que o uso da cannabis medicinal pode ser benéfico para pessoas que possuem diversos tipos de doenças, há uma parcela da população que insiste em se recusar a acreditar que ela realmente funciona ou que até questiona sua autorização, alegando que ela pode ser prejudicial e ter consequências negativas para a sua saúde.
Por outro lado, enquanto alguns criticam, há outros que se beneficiam. Cada vez mais pessoas realizam tratamentos com cannabis medicinal em território brasileiro. Dados disponíveis no Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil indicam que houve um aumento de 56% em relação ao ano anterior. Esses pacientes estão espalhados por mais de 80% dos municípios do Brasil.
Segundo Pedro Sabaciauskis, fundador e presidente da Santa Cannabis – associação sem fins lucrativos que visa promover os estudos da canábis medicinal em pacientes com indicações médicas para o seu uso, bem como a distribuição legal de CBD e THC medicinais -, a canábis tem passou por um longo período de escuridão quando foi banido e catalogado como o maior inimigo da saúde pública e da família.
Pedro explica que foram necessárias quase um século para que as pesquisas comprovassem o erro induzido por uma política de drogas repleta de preconceitos pressionada pelos Estados Unidos. “Essa situação gerou uma imagem social negativa para a planta, criando assim uma barreira difícil de ser superada para quem passou a vida inteira aprendendo o quão nociva essa planta poderia ser”, revela.
Atualmente, com o acesso mais fácil e rápido a informações sobre qualquer assunto, inclusive sobre a cannabis medicinal, é possível comprovar e comprovar todos os benefícios desse tipo de tratamento para quem precisa utilizá-lo. Porém, apesar dos avanços, ainda há muito trabalho a ser feito para que seja viável eliminar de uma vez por todas o preconceito e as fake news que algumas pessoas insistem em perpetuar.
Segundo o especialista, materiais de qualidade, com informações verdadeiras, ajudam a mudar gradativamente a percepção ligada à cannabis. Segundo ele, é importante trazer médicos preparados para o debate e pessoas que saibam conversar com a sociedade de forma fácil de entender, mostrando exemplos concretos e positivos de terapia. Desta forma, será possível mudar o pensamento geral, que ainda demoniza a existência deste remédio.
Pedro destaca que na Santa Cannabis há um trabalho sério para levar informações aos potenciais pacientes e seus familiares. “Queremos que as pessoas que precisam conheçam os efeitos causados pela planta e seus benefícios. Para isso, costumamos produzir diversos materiais e marcar presença em feiras numa perspetiva medicinal, para tentar mudar gradualmente a perceção relativamente ao consumo de canábis”, reforça.
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