As férias chegaram, trazendo alegria e comemorações, mas também aumento do consumo de álcool. No meio da animação, é possível notar a visão embaçada após algumas taças de cerveja ou uma taça de vinho. Essa sensação não é apenas causada pelo álcool afetando o cérebro – os olhos também são afetados e os danos podem ser mais graves do que se imagina.
A oftalmologista Daniella Danif, da Oftalmologia Felício Rocho, explica que, logo após ingerir bebidas alcoólicas, muitos apresentam dificuldade para enxergar com clareza. “Isso ocorre porque o álcool entra na corrente sanguínea e interfere no sistema nervoso central, afetando a visão”, afirma.
Entre as principais alterações, o médico destaca:
– Visão turva ou dupla: o álcool prejudica a coordenação dos músculos oculares, dificultando o foco nos objetos
– Problemas de adaptação à luz: as transições entre ambientes claros e escuros tornam-se desafiadoras, aumentando os riscos durante atividades noturnas
– “Visão de túnel”: o campo visual se estreita, reduzindo a percepção periférica e dificultando a percepção de profundidade e distância
– Redução de contraste: Distinguir detalhes e identificar objetos em ambientes com pouca iluminação fica mais complicado, aumentando o risco de acidentes
Esses efeitos tornam atividades como dirigir, por exemplo, perigosas e comprometem os reflexos em situações cotidianas. “E se o consumo de álcool for frequente ou excessivo, os impactos nos olhos podem se tornar permanentes”, alerta o especialista.
Consumo excessivo
Além da visão turva, o consumo excessivo de álcool pode causar outros problemas oculares, como olhos secos e dificuldade de concentração em objetos. O álcool também desidrata o corpo, e essa desidratação afeta a lubrificação ocular, causando desconforto nos olhos.
E o uso crônico e excessivo de álcool pode levar a problemas sistêmicos, como hipertensão, que pode afetar indiretamente a saúde ocular.
“Também pode causar deficiências nutricionais, como falta de vitamina B1 (tiamina), e afetar o nervo óptico. Além disso, o abuso de álcool pode estar associado a outros fatores de risco, como alterações vasculares e aumento do risco de doenças cardiovasculares, que pode influenciar negativamente o fluxo sanguíneo para o nervo óptico”, afirma o médico.
Em pacientes com glaucoma que fazem uso de colírios ou outros medicamentos, o álcool pode interagir com esses tratamentos, reduzindo sua eficácia ou aumentando os efeitos colaterais. “Então, meu conselho é que se você está preocupado com a relação entre álcool e glaucoma ou com a saúde ocular, consulte seu oftalmologista”, reforça Daniella.
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