Poliomielite: OMS termina segunda fase de vacinaçã…

A Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu a segunda rodada de vacinação contra poliomieliteuma doença conhecida como poliomielite ou paralisia infantil, em Faixa de Gaza nesta terça-feira, 5. A campanha foi realizada em meio à trégua humanitária na ofensiva de Israel diante da circulação do poliovírus no território palestino e à confirmação da paralisia relacionada à doença em um bebê de 10 meseso primeiro caso em 25 anos.

Segundo a OMS, 556.774 crianças menores de 10 anos receberam as duas doses da vacina, totalizando 94% do público-alvo da iniciativaalgo que foi considerado pela entidade “uma conquista notável, dadas as circunstâncias extremamente difíceis em que a campanha foi realizada”.

Em termos de regiões de Gaza, o sul e centro do território apresentaram maior cobertura vacinal do que o norte, onde a falta de acesso impactou o progresso da mobilização.

“Cerca de 7.000 a 10.000 crianças em áreas inacessíveis como Jabalia, Beit Lahiya e Beit Hanoun permanecem não vacinadas e vulneráveis ​​ao poliovírus. Isto também aumenta o risco de uma maior propagação do poliovírus na Faixa de Gaza e nos países vizinhos”, afirmou a organização num comunicado.

Bombardeios interromperam campanha

Com o fim da segunda rodada de imunização contra a poliomielite, a campanha de vacinação na região está concluída, considerando que um calendário com duas doses e mais de 90% do público-alvo vacinado já garantem que o vírus em circulação não se espalhará. A primeira ronda da campanha teve lugar em Setembro, com três fases centradas nas regiões norte, centro e sul de Gaza.

Em Gaza, a variante detectada em 11 amostras ambientais é o poliovírus 2 associado à vacina oral —que ficou conhecida como gotícula no Brasil e acaba de ser substituída pela versão injetável. Mesmo sendo segura, a contaminação pelo vírus excretado pelas fezes pode ocorrer em locais sem saneamento básico e em regiões com guerras quando há população não vacinada.

Assim como o primeiro turno, o segundo ocorreu em três fases. A etapa norte do território foi interrompida no dia 23 de outubro devido a bombardeio pesado vindo de Israel que causou deslocamento em massa de moradores e comprometeu a segurança do mutirão, que só foi retomado no dia 2.

“Apesar destes desafios, e graças à enorme dedicação, envolvimento e coragem dos pais, crianças, comunidades e profissionais de saúde, a fase no norte de Gaza foi concluída. A evolução da epidemiologia determinará se uma resposta adicional ao surto pode ser necessária”, disse a OMS.

A entidade voltou para pedir um cessar-fogo e afirmou que os avanços da campanha ilustram os benefícios para a saúde da população afetada pela guerra que podem ser alcançados com pausas humanitárias, algo que pode ser ampliado caso o confronto termine.