Plástica no nariz no Brasil: como respeitar a iden…

O Brasil é o país número 1 em rinoplastia no mundo, segundo os últimos dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Mas a pluralidade étnica no país dá ao Nariz brasileiro uma composição diferenciada, o que torna o procedimento ainda mais desafiador para esses pacientes. O termo ‘rinoplastia étnica no Brasil’ é inclusive objeto de uma estudo publicado por Cirurgia Plástica EstéticaRevista ISAPS.

Nesta cirurgia, cada paciente deve ter sua anatomia cuidadosamente examinada de forma individualizada, pois não existe uma estratégia única que funcione para todas as situações.

Através da rinoplastia é possível corrigir assimetrias, reduzir ou aumentar o tamanho do nariz, afiná-lo e melhorar a proporção facial como um todo. Estas mudanças estéticas devem respeitar a identidade cultural e étnica do paciente.

Um nariz que pode ser considerado ideal em uma cultura pode não ser visto da mesma forma em outra.

O novo estudo aponta que as principais características anatômicas do nariz brasileiro são: dorso baixo, ossos nasais largos, pele grossa e ponta bulbosa. Freqüentemente, são necessárias osteotomias laterais (correção do desalinhamento ósseo), enxerto radicular e tratamento com isotretinoína para espessura da pele.

O perfil nasal ideal varia entre gerações e etnias, com a Geração Z e a geração Millennials preferindo narizes mais longos com pontas menos rotacionadas. Esta preferência por narizes mais fortes evidencia uma mudança social e uma evolução dos padrões de beleza ao longo das gerações, com foco num perfil mais natural.

O debate sobre o assunto é importante, pois nada pode ser feito para corrigir o arrependimento. É importante que o médico compreenda não apenas as preferências estéticas do paciente, mas também reconheça o contexto cultural que informa essas preferências.

Os cirurgiões plásticos têm a responsabilidade ética de garantir que os pacientes sejam plenamente informados sobre os possíveis resultados da rinoplastia, levando em consideração não apenas considerações estéticas, mas também as implicações culturais e psicológicas do procedimento.

A rinoplastia, quando realizada com sensibilidade e domínio técnico, pode ser uma ferramenta poderosa para fortalecer a autoestima e a confiança dos pacientes, permitindo que se sintam mais autênticos consigo mesmos.

Porém, quando a identidade cultural não é levada em consideração, existe o risco de o procedimento resultar em desconforto e insatisfação. Portanto, é essencial procurar um cirurgião com histórico comprovado de resultados positivos e um conhecimento profundo das técnicas mais recentes.

* Paolo Rubez é cirurgião plástico, mestre pela Unifesp e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS) e da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS)