Por diversas razões, desde pessoais e românticas até profissionais, muitas mulheres optaram por adiar a fertilidade. E, nesses casos, uma forma de preservar a fertilidade para conseguir uma gravidez futura é através do congelamento de óvulos. Mas, com o passar do tempo, mesmo com óvulos congelados, muitas mulheres ainda ficam com medo da possibilidade de gravidez. Então surge a pergunta: quais são as chances de gravidez após os 40 anos com óvulos congelados?
Segundo o especialista em reprodução humana e diretor clínico da Clínica Mater Prime, de São Paulo, Rodrigo Rosa, tudo depende da idade em que os óvulos foram congelados “As taxas de sucesso da FIV são determinadas pela idade do óvulo utilizado. Assim, mulheres com até 35 anos, se congelarem pelo menos 20 óvulos, têm 80% de chance de conceber pelo menos um filho. Se os mesmos 20 óvulos forem congelados entre 35 e 37 anos, a chance de gravidez é de 65%. Se esses 20 óvulos forem congelados entre 38 e 40 anos, a probabilidade de a mulher ter pelo menos um filho é de 55% a 60%”, explica.
No entanto, é recomendado que os óvulos congelados sejam usados antes dos 50 anos. “Não existe uma idade exata para uma mulher usar óvulos congelados. Em teoria, se ela estiver bem de saúde, poderá engravidar ainda muito jovem. Porém, recomendamos que as mulheres utilizem seus óvulos antes dos 50 anos, pois após essa idade os riscos de gravidez acabam sendo grandes, principalmente devido à hipertensão, diabetes gestacional e parto prematuro. Os riscos para a saúde da mãe acabam sendo maiores e consequentemente afetam o curso da gravidez, com riscos também para o recém-nascido”, explica o ginecologista obstetra, especialista em reprodução humana, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e diretor Clínico da Neo Vita, Fernando Prado.
Vale ressaltar também que mesmo mulheres idosas que não tiveram seus óvulos congelados podem engravidar através da Fertilização In Vitro, pois é possível optar pela ovorecepção. “A ovorecepção consiste na utilização de óvulos doados para realizar a Fertilização In Vitro. E ao contrário do que muitos pensam, a gravidez por meio da doação de gametas não diminui o papel dos pais do casal receptor, afinal são eles que vão garantir que a criança cresça feliz e saudável. E é fundamental que temas como esses sejam cada vez mais discutidos para conscientizar a população sobre a importância da doação de gametas e naturalizar a recepção de óvulos e espermatozoides em tratamentos de fertilidade”, afirma Rodrigo Rosa.
Independentemente de você optar por congelar seus próprios óvulos ou receber óvulos, a Fertilização In Vitro ocorre da mesma maneira. “A Fertilização In Vitro consiste na coleta de óvulos e espermatozoides para serem fecundados em laboratório, formando o embrião que, após certo período de desenvolvimento, é transferido para o útero da mulher”, explica Fernando Prado.
Cerca de uma semana e meia a duas semanas após a transferência do embrião, é feito um teste para verificar se ele está aderido ao útero. “Um simples exame de sangue, ou mesmo um teste de gravidez caseiro, detectará os níveis de gonadotrofina coriônica humana (HCG), um sinal de que você finalmente está grávida. Com o teste positivo, inicia-se o período de espera final: 38 semanas até o parto. A partir daqui a gravidez segue normalmente como qualquer outra”, pontua Rodrigo Rosa.
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