O descompasso da especialização de novos médicos no país

O descompasso da especialização de novos médicos no país



Forme um doutor não é fácil. Não há auto-elogio aqui, apenas uma consideração objetiva. Um diploma, em média, leva seis anos para ser concluído. A residência, por sua vez, pode durar de dois a seis anos, dependendo da especialidade. Entre os oito e os 12 anos, este poderá ser o período de espera para aquele calouro, cheio de entusiasmo e prestes a realizar um sonho (o seu e o de toda uma família), de ingressar numa comunidade milenar, numa prática que remonta a Hipócrates (e até muito antes).

Não é incomum ouvir que um médico é mais do que um graduado em medicina. Que nos médicos há uma certa vocação. Uma direção espiritual (e não há nada de contraditório entre medicina e espiritualidade; há até um juramento envolvido, como dito acima). Para ser justo, esta visão não é exclusiva da carreira médica. Basta perguntar a qualquer outra pessoa que realizou o sonho de se formar na faculdade. A sensação de realização é algo que nenhuma descrição faz justiça.

Mas o médico tratará nada menos do que da saúde das pessoas. Com a vida e a qualidade dela de uma forma tão direta e íntima que talvez em nenhuma outra área haja experiência semelhante. Não há como enfatizar suficientemente a importância de preparar bem o médico. Isso envolve ensino de excelência, prática supervisionada por pessoas com longa experiência acumulada, muitas (muitas!) horas de estudo e dedicação.

Por isso é um pouco chocante encontrar dados como a Demografia Médica no Brasil 2023 (produzido pela Associação Médica Brasileira e pela Faculdade de Medicina da USP) que diz que a lacuna entre os formados em medicina e a oferta de vagas na residência médica tem acesso direto em 2018 era de 3.866 cadeiras e em 2021 aumentou para 11.770.

A Demografia Médica 2024, do CFM (Conselho Federal de Medicina), mostrou que o Brasil conta atualmente com pouco menos de 576 mil médicos. No início da década de 1990, eram pouco mais de 131 mil. O total mais que quadruplicou. A população brasileira, porém, passou de cerca de 144 milhões para cerca de 205 milhões – um aumento de aproximadamente 42%. Algo aconteceu para causar essa enorme discrepância.

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O fenômeno que talvez se destaque em nosso contexto é a criação acelerada de cursos de medicina no país. Ter uma abundância de médicos pareceria bastante positivo, não é? Como diria Rosalinda Como você quiser, de Shakespeare, não há como querer demais uma coisa boa. Mas o levantamento do CFM mostra que a cidade de Vitória (capital do Espírito Santo) tem cerca de 18,7 médicos por grupo de mil habitantes – densidade que talvez só alguns países desenvolvidos tenham. O erro desse quadro é que em algumas cidades do Amazonas há 0,2 médicos para cada mil habitantes (muito baixo, como em muitos países pobres).

Na via paralela, temos a influência das redes sociais na atividade de alguns médicos. Não há nada de errado com os médicos usarem um método que, seja qual for o ângulo que você olhe hoje, parece ter vindo para ficar. A questão é que alguns “não médicos” acabam espalhando notícias falsas, desinformação, vendendo tratamentos, procedimentos e curas – e, aproveitando-se da disposição de tanta gente em aceitar o que vendem, acabam enganados.

O argumento que chegou até aqui foi uma variação do tema da formação médica. Em suma, no Brasil faltam vagas para residência médica – principalmente diante da avalanche de egressos que saem das salas de aula a cada ano. Há muitos que saem de escolas que talvez nem mereçam esse nome – criadas pensando apenas em um nicho de mercado, e não no fato de os médicos tratarem da saúde e da vida. Isto atrai pessoas que podem estar apenas à procura de salários elevados – e muitos só descobrem tarde demais que as coisas não são bem assim.

E a conclusão necessária deste argumento é: ter mais profissionais médicos não tem nada de errado na raiz. Mas um médico não se forma com alguns vídeos, resumos e tutoriais ocasionais. As escolas médicas exigem professores experientes, alunos comprometidos, equipamentos modernos, conteúdo científico atualizado, a lista não caberia aqui. Talvez haja um limite máximo: o CFM mostrou que o Brasil tem, em média, 2,81 médicos por mil habitantes – mais que EUA, Japão e China. Mas se o aumento for meramente numérico, sem progressos na qualidade da formação – isto seria talvez pior do que se houvesse escassez de médicos.



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