Mpox: saiba quais doenças já tiveram mais alto nível de alerta global – Jornal Estado de Minas

Seguindo recomendação de especialistas e autoridades de saúde internacionais, a mpox apareceu mais uma vez como uma emergência de saúde pública de importância internacional. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, devido ao risco de propagação global e detecção de uma nova variante mais letal da doença.

A declaração é considerada o nível de alerta mais alto da OMS com base nas atuais regulamentações sanitárias internacionais. Esta é a oitava vez que a entidade declara emergência de saúde pública de interesse internacional e a segunda relacionada especificamente ao mpox – entre 2022 e 2023, a doença também apareceu como emergência global em meio à propagação do vírus em vários países.

Confira a cronologia de todas as doenças que constituíram emergência de saúde pública internacional ao longo de 15 anos:

H1N1 (2009-2010)

Em março de 2009, as autoridades sanitárias mexicanas identificaram um surto de H1N1, uma nova cepa do vírus Influenza A, responsável pela pandemia de gripe espanhola entre 1918 e 1920. Inicialmente designada como gripe suína, a doença se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e , mais tarde, em todo o mundo.

Cerca de um mês depois, a OMS declarou a gripe A (H1N1) uma emergência de saúde pública de importância internacional. A doença, posteriormente rebatizada de influenza A, chegou ao Brasil em maio do mesmo ano e logo se espalhou por todo o país.

Poliomielite (2014-presente)

Transmitido principalmente pela via fecal-oral, o vírus causador da poliomielite é classificado como altamente infeccioso, capaz de invadir o sistema nervoso central. Estima-se que uma em cada 200 infecções leva à paralisia irreversível, geralmente das pernas. Os casos da doença, popularmente conhecida como paralisia infantil, diminuíram 99% em todo o mundo, passando de 350 mil em 1988 para seis em 2021.

A emergência foi declarada em 2014 e, segundo a OMS, ainda são necessários esforços para erradicar completamente o vírus do planeta. Juntamente com a mpox, a poliomielite continua a aparecer como uma emergência de saúde pública de importância internacional.

Ébola (2013-2016)

Um surto do vírus Ébola que começou em 2013 e afetou principalmente a Guiné, a Libéria e a Serra Leoa, levou a OMS a declarar a doença uma emergência de saúde pública de importância internacional. Descoberto em 1976 a partir de casos no Sudão e na República Democrática do Congo, o vírus tem morcegos como hospedeiro mais provável.

Acredita-se que a doença tenha sido transmitida aos seres humanos através do contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados. Anteriormente conhecida como febre hemorrágica do Ebola, a doença é classificada pelas autoridades de saúde como grave, com taxa de letalidade que pode chegar a 90%.

Zica (2016)

Casos de microcefalia e outras doenças neurológicas possivelmente associadas à infecção pelo vírus Zika fizeram com que a doença fosse considerada uma emergência de saúde pública de importância internacional em Fevereiro de 2016. Na altura, a OMS destacou a necessidade de uma resposta internacional coordenada para combater o vírus e cientificamente comprovar a ligação entre infecção em mulheres grávidas e malformações em bebês.

Em novembro do mesmo ano, a organização declarou o fim da emergência, destacando que o cenário precisaria ser acompanhado com atenção no longo prazo. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, os primeiros casos no Brasil foram registrados em meados de 2015.

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Ébola (2019-2020)

O vírus Ébola voltou a ser uma emergência de saúde pública de importância internacional em Julho de 2019, devido a um surto na República Democrática do Congo. Na altura, a OMS pediu mesmo aos Estados-membros que redobrassem os seus esforços para combater a doença e trabalhassem “em solidariedade” para travar a propagação da doença no continente africano. Atualmente, a OMS considera o risco elevado apenas na região afetada e não recomenda o rastreio para pessoas provenientes de países que não fazem fronteira com a República Democrática do Congo.

COVID-19 (2020-2023)

No dia 31 de dezembro de 2019, a OMS foi alertada para vários casos de pneumonia de causa desconhecida na cidade de Wuhan, na China. Uma semana depois, as autoridades de saúde chinesas confirmaram que tinham identificado um novo tipo de coronavírus, denominado SARS-CoV-2 e responsável pela doença denominada COVID-19.

Leia também: COVID-19: entenda como é a vacinação por idade e grupo prioritário

No dia 30 de janeiro, a doença foi declarada emergência de saúde pública de importância internacional e, no dia 11 de março, foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. Em 2023, a entidade decretou o fim da emergência devido à queda no número de internações e mortes pela doença, mas destacou que a COVID-19 ainda constituía uma ameaça à saúde.

MPox (2022-2023)

Em Julho de 2022, a OMS determinou que o surto global de mpox constituía uma emergência de saúde pública de preocupação internacional. O número de casos notificados globalmente na altura atingiu o pico em agosto de 2022 e começou a diminuir gradualmente até abril de 2023. Em maio do mesmo ano, quase uma semana após a alteração do estado da COVID-19 e no meio de uma redução significativa na propagação de casos de mpox , a OMS determinou que o evento também já não constituía uma emergência global, mas continuava a apresentar desafios significativos de saúde pública que exigiam uma resposta robusta.

Mpox (2024-presente)

Na semana passada, o diretor-geral da OMS convocou um comité de emergência para avaliar novamente o cenário da mpox em África e o risco de propagação internacional da doença. A decisão teve em conta o registo de casos fora da República Democrática do Congo, onde as infecções têm aumentado há mais de dois anos. O cenário piorou nos últimos meses devido a uma nova variante. O Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou mesmo uma emergência de saúde pública para a segurança continental. Um dia depois, a OMS declarou emergência global.