Qual mãe ou pai não sonha com o dia em que seu filho vai dormir sozinho no próprio quarto a noite toda? Além de perderem a liberdade como casal, muitas vezes os pais não conseguem ter um sono de boa qualidade com o filho no meio da cama. A questão que fica é: isso é saudável?
Para a diretora médica do Grupo Prontobaby, Aline Magnino, não existe uma idade definida para uma criança sair da cama dos pais. “Nos países asiáticos e africanos, o compartilhamento da cama (também chamado de berço) durante a infância é comum até os seis anos ou mais. Nos países ocidentais, a partilha de cama é geralmente contra-indicada pela maioria dos psicólogos e especialistas em desenvolvimento infantil. Associações de pediatria do Brasil e dos Estados Unidos recomendam que as crianças aprendam a dormir sozinhas na própria cama ainda pequenas”, explica a médica, lembrando que cada família tem seu tempo, formação e personalidade.
O fato de a criança dormir sozinha ou na cama dos pais pode variar de família para família e, às vezes, muda dentro de casa, sendo que um irmão adere e o outro não, dependendo da personalidade de cada criança. O medo do escuro, dos monstros debaixo da cama e de ficar sozinho não é uma invenção. Mas por que eles acontecem?
“O medo de dormir sozinho vem principalmente da insegurança em relação a algo novo. A primeira coisa a fazer nesses casos é ouvir o seu filho, acolhê-lo e mostrar que o quarto dele é seguro para ele dormir sozinho. Validar os sentimentos da criança e demonstrar empatia pelo que ela está sentindo é o primeiro passo para tentar entender o que está acontecendo, oferecendo conforto e apoio”, comenta Aline.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que até os seis meses de idade o bebê durma no berço do quarto dos pais, à noite, para monitorar qualquer anormalidade.
“Após essa fase, a família deve deslocar a criança de forma gradual e segura para o seu ambiente. Para ajudar, os pais devem criar uma boa higiene do sono, como: determinar uma rotina para a criança com horário de dormir e o mesmo horário de acordar, durante o dia manter o ambiente iluminado e à noite deixar uma luz fraca e um local tranquilo para que o A criança pode se livrar do medo do escuro ou de pensar que há monstros ou algo diferente em seu quarto. Recomenda-se uma rotina pré-sono: banho, música calma, rotina dos pais com a criança”, orienta a pediatra.
O psiquiatra Luis Augusto Rohde questiona a associação entre compartilhamento de cama e impactos na mortalidade e/ou aspectos emocionais. “A literatura sobre problemas emocionais, comportamentais e de sexualidade em crianças que dormem com os pais entre os três e os oito anos é pequena e de baixa qualidade metodológica e, na sua maior parte, não revela qualquer problema”, escreveu ele num comunicado. artigo.
Para quem não sabe mais o que fazer para garantir que o filho tenha uma boa noite de sono no quarto, Aline Magnino orienta que “a família deve procurar ajuda quando a qualidade de vida da criança estiver afetada, seja por não conseguir dormem bem, ou porque apresentam grande insegurança a ponto de interferir no seu dia a dia e atrapalhar a dinâmica da família ou do casal (pais)”.
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