Membrana cicatrizante permite personalizar tratamento de feridas complexas – Jornal Estado de Minas

Membrana cicatrizante permite personalizar tratamento de feridas complexas – Jornal Estado de Minas



Roseli Andrion

Estima-se que, em todo o mundo, existam cerca de 20 milhões de pacientes com feridas complexas. Independentemente do tamanho dessa lesão, neste caso, às vezes é difícil fazer um curativo que ajude a recuperação rápida da área — isso porque a lesão pode ter os mais diferentes formatos e tamanhos.

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O ideal, então, seria ter uma opção customizável. E foi exatamente isso que a startup Dermbio Biotech desenvolveu, com apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.

O produto é uma membrana cicatrizante, aplicada diretamente na ferida. “Como é totalmente customizável, não há necessidade de fazer cortes. É uma solução que, em contato com a lesão, forma uma membrana com alta aderência na área afetada”, explica Ana Flavia Pattaro, diretora administrativa e pesquisadora da empresa.

Segundo o engenheiro químico, o produto é ideal para quem tem feridas crônicas. “É o caso, por exemplo, de idosos que ficam muito tempo deitados e se formam escaras”, ressalta. “O mesmo vale para pés diabéticos, feridas por falta de vascularização ou queimaduras de segundo grau, entre outros. Só não pode ser aplicado em lesões contaminadas por bactérias em processo infeccioso. Serve para todos os tipos de feridas limpas”, pondera.

Embora o conceito não seja novo, a Dermbio utiliza um solvente com composição exclusiva. “Há interesse mundial em criar um curativo que evite contaminação, perda de material e geração de resíduos contaminados”, afirma a engenheira de materiais Maria Ingrid Schiavon, sócia da Dermbio. “Não existe composição como a nossa. Somos a única startup que promove a cura com esses princípios”, compara.

O produto deve ser aplicado diretamente na lesão. “Com o tempo, as células aderem ao material e o consomem. Com essa proliferação celular, o tempo de cicatrização é reduzido”, afirma Pattaro. Segundo ela, o diferencial está nos ingredientes que compõem o solvente, já que não utiliza componentes tóxicos ao corpo humano. “Existem opções que utilizam esse mesmo polímero, mas ele não pode ser aplicado da forma que propomos porque o produto utiliza solventes muito tóxicos e prejudiciais ao organismo. O nosso não tem toxicidade e é excretado pelo organismo naturalmente”, afirma.

Schiavon acredita que esta é a maior inovação do projeto. A startup avaliou a quantidade desse material que o corpo consegue absorver sem intoxicação. “Encontramos uma alternativa que vem sendo procurada até por grandes empresas”, afirma. “Conseguimos encontrar o material que permite a aplicação da membrana diretamente na ferida.”

A novidade deve atender pacientes que convivem há muito tempo com feridas crônicas. “Nesses casos falta algo que garanta melhor qualidade de vida”, destaca Pattaro. “As opções disponíveis são geralmente dolorosas e muitas vezes funcionam mais como um paliativo do que como uma solução. Nosso produto tem potencial para melhorar o dia a dia dessas pessoas, pois é confortável, permite mobilidade, reduz o tempo de tratamento e tem alto custo-benefício”, afirma.

Alto desempenho

Segundo Schiavon, a alternativa está na classe dos curativos de alto desempenho. “Eles não são facilmente encontrados no Brasil. Percebemos que aqui é mais comum o uso de mistura de produtos, pois não existe um medicamento único, de fácil acesso e baixo custo, que acelere a cicatrização dessas lesões. Com a nossa proposta de curativo o paciente não precisará adicionar vários compostos”, estima. “E você não precisa mudar: você pode reaplicar, mas não há necessidade de mudar”, diz Pattaro.

Dessa forma, após a aplicação da solução na lesão, basta acompanhar o desenvolvimento da cicatrização. “Dessa forma, a nova pele que está se formando não é lesionada na hora de retirar um curativo para aplicar outro. Após a aplicação, o paciente pode adicionar um pouco mais se necessário, mas não haverá necessidade de prejudicar o tecido que está sendo formado. Ou seja, acima de tudo, é muito menos doloroso para o paciente.”

As pesquisas sobre a membrana cicatrizante ainda estão em andamento, mas os cientistas já observaram que o processo de recuperação é acelerado com o uso do produto. “Estimamos que isso reduzirá o tempo de cicatrização em pelo menos 30%”, diz Schiavon.

Aplicativo

A solução pode ser aplicada de duas formas: por spray ou com aplicador. “Esse aplicador, chamado eletrospinner, deposita a solução polimérica na ferida e cria nela uma estrutura tridimensional, o que facilita ainda mais a adesão celular”, explica Pattaro. Esse processo pode ser realizado em casa ou em uma unidade de saúde — neste caso, o mesmo aplicador pode ser utilizado para pacientes diferentes, pois o bico aplicador pode ser substituído e esterilizado.

Os pesquisadores afirmam que o objetivo é oferecer uma solução de fácil aplicação. “Precisa ser uma opção que ajude a diminuir o fluxo de pacientes que precisam ir todos os dias à unidade de saúde para receber esse tratamento”, destaca Pattaro.

A ideia de criar a solução surgiu da experiência dos parceiros com o polímero ácido polilático (PLA). “Queríamos desenvolver um material que chegasse à população. Sabíamos do desafio do solvente, mas durante essa pesquisa conseguimos encontrar a solução”, afirma Pattaro. “Até o final do ano, queremos concluir os exames necessários para solicitar a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa]. Acreditamos que em dois ou três anos o produto estará pronto para chegar ao mercado”, estima.

Ainda não há estimativa de custo do produto, mas os pesquisadores afirmam que a matéria-prima utilizada é muito barata, pois provém da cana-de-açúcar e está amplamente disponível no Brasil, e o método de fabricação foi desenvolvido nacionalmente. “Queremos que essa alternativa chegue ao Sistema Único de Saúde [SUS]que é onde é atendida a maior parte da população”, diz Pattaro.



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