O Novembro Azul reforça a importância da prevenção das principais doenças que atingem os homens em todas as fases da vida. Segundo a Secretaria de Atenção Básica, 34% dos homens brasileiros entre 20 e 59 anos não estão cadastrados nos serviços de Atenção Básica (APS). Dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) mostram ainda que a maioria dos exames realizados entre os homens ocorre entre 60 e 75 anos.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum e letal entre os homens brasileiros, com 71.730 novos casos previstos anualmente para o período de 2023 a 2025. Mais frequente a partir dos 50 anos, a doença tem um fator de risco adicional entre aqueles com histórico familiar e obesidade.
No período de 2019 a 2024, a FIDI realizou 210.784 exames de próstata, sendo o mais comum a ultrassonografia abdominal de próstata. Durante este período, a fundação também registrou cerca de 500 descobertas de câncer de próstata.
Em 2023, de janeiro a junho, o total de exames realizados pela fundação foi de 20.007, com maior concentração de exames no mês de abril e 32 achados de câncer de próstata. Em 2024, no mesmo período, houve um aumento de 1,53% nos exames realizados, mostrando um aumento para 120 achados de câncer de próstata.
Além do câncer de próstata, outras doenças crônicas impactam diretamente na qualidade e na expectativa de vida dos homens. As doenças cardiovasculares, por exemplo, lideram as causas de morte entre os homens, evidenciando a necessidade de atenção à saúde cardíaca desde cedo. Entre 2019 e 2024, o FIDI registrou 50.834 exames cardiovasculares realizados apenas em homens, com maior predomínio entre os idosos.
Segundo o superintendente médico da FIDI, Harley de Nicola, “a saúde dos homens vai além do rastreio do cancro da próstata. O monitoramento de indicadores como pressão arterial, colesterol e glicemia, associado a hábitos saudáveis como prática regular de exercícios físicos e alimentação balanceada, pode reduzir consideravelmente o risco de infartos e derrames”, afirma.
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) busca derrubar as barreiras que afastam os homens das consultas e exames de rotina. “A maioria dos homens ainda procura atendimento médico apenas quando apresenta sintomas, muitas vezes em estágios avançados da doença. É importante reforçar que cuidar da saúde não é uma questão de escolha, mas de qualidade de vida”, acrescenta Harley.
A campanha Novembro Azul também lembra que, além dos exames de rotina, é fundamental adotar práticas preventivas e mudanças de comportamento. Deixar de fumar, reduzir o consumo de álcool, manter um peso saudável e praticar atividades que promovam o bem-estar mental e emocional são passos fundamentais para uma vida longa e saudável.
Neste sentido, a sensibilização contínua e o acesso a informações precisas e completas sobre a saúde dos homens são cruciais. “Informar, prevenir e tratar são verbos que salvam vidas, e incentivar hábitos de saúde e consultas preventivas podem reduzir a taxa de mortalidade entre os homens”, acrescenta Harley.
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