Mães relatam despreparo e sofrimento ao lidar com bronquiolite por VSR – Jornal Estado de Minas

Mães relatam despreparo e sofrimento ao lidar com bronquiolite por VSR – Jornal Estado de Minas



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A analista Larissa Marques, 34, acabava de voltar da licença maternidade quando sua filha, Cecília, na época com oito meses, começou a apresentar dificuldades respiratórias. Os dois foram até um pronto-socorro, onde foi encontrada uma mancha no pulmão da menina. Após uma série de exames, ela foi diagnosticada com bronquiolite por VSR (vírus sincicial respiratório).

“Nem sonhei que existia esse vírus, até que ela pegou na creche. Era outono, então estava um pouco frio, e com várias crianças doentes não tinha jeito”, diz Larissa, uma das mães que passou pelo choque de ver seu recém-nascido com bronquiolite.

Cecília passou por cinco internações em decorrência da doença, até ser afastada da creche.

O VSR é o principal agente causador da bronquiolite em bebês de até 6 meses de idade, doença respiratória comum e altamente contagiosa que tem como principais sintomas tosse e falta de ar. Globalmente, as infecções causadas pelo vírus constituem uma das principais causas de morte em bebés, de acordo com uma pesquisa publicada na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA no ano passado.

O vírus e seus sintomas, no entanto, não são tão conhecidos pelas mães de primeira viagem ou por muitas mães que viajam.

“Só me lembro do desespero, tenho flashes dele sendo intubado, mas não lembro bem o que aconteceu”, diz a farmacêutica Gabriela Pimentel, 36 anos. Seu filho foi internado três vezes por síndromes respiratórias graves.

“A primeira vez ele tinha 50 dias e só estava com o nariz entupido e amamentando menos que o normal. Fomos na UBS, lavaram o nariz dele, me mandaram para casa e mandaram verificar se as costelas dele estavam ‘afundando’ . [ao respirar], algo subjetivo para uma mãe de primeira viagem. Três horas depois voltei e ele já estava internado”, conta Gabriela.

As mães entrevistadas pela reportagem reclamam da falta de orientação inicial sobre a bronquiolite, sobre os vírus que podem levar à Srag (síndrome respiratória aguda grave), quais sintomas devem disparar um alerta e até como preveni-los.

Por exemplo, segundo especialistas, a bronquiolite piora entre 3 e 5 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas.

“Na segunda vez, fiquei mais alerta. Meu filho tinha 6 meses e começou a tossir. Contei os dias até piorar antes de levá-lo e interná-lo, então o levaram para a UTI”, conta a mãe. A criança foi diagnosticada com bronquiolite nas duas vezes.

A operadora de telemarketing Larissa Matias, 28 anos, passou pela mesma experiência quando sua filha Ísis não tinha nem um mês de vida.

“Com 11 a 16 dias ela fez a primeira consulta e lá já estava com coriza e tosse. Já tinha falado com o pediatra, que disse que até então era normal e disse para ir ao pronto-socorro se piorou”, diz.

Depois de dois dias, ela percebeu as costelas da filha afundando ao tentar respirar – como ela é asmática, conhecia esse sinal de baixa saturação – e levou a filha ao pronto-socorro, onde foi internada.

“No hospital, fiquei desesperada e o médico explicou sobre o pico da doença, que realmente piora de repente e muito”, conta a mãe, que tem outras duas filhas mais velhas. “Eu realmente não sabia o que fazer. Se soubesse, teria começado a lavar o nariz e a inalar. Nunca tinha ouvido falar do VSR”, diz ela.

Ísis contraiu o vírus das irmãs, que já frequentavam a escola. “Falei para os médicos que não recebi visita e tomei muitos cuidados, mas ninguém explica para as mães que têm mais de um filho que elas também podem transmitir a doença. da escola, tomar banho, passar álcool em gel e evitar ao máximo contato próximo”, afirma.

O boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado na última quinta-feira (20), mostra aumento nas internações por SRAG causada pelo VSR e pela Influenza A, o vírus da gripe, no Centro-Sul do país.

Marcelo Gomes, pesquisador e coordenador do InfoGripe, afirma que o aumento das internações pode estar associado ao inverno, quando a transmissão de vírus respiratórios se intensifica.

Além de ser fatal, a bronquiolite causada pelo VSR também pode deixar consequências para as crianças.

“Os médicos explicam que o bebê pode não voltar a contrair bronquiolite pelo mesmo vírus, mas vira um ‘bebê com chiado’, que na hora pode ficar muito mal e cansado”, afirma Larissa. Um mês após a primeira internação, a filha foi novamente ao pronto-socorro, mas na verdade foi cansaço devido à mudança do clima. O filho de Gabriela também é considerado um bebê barulhento.

A obstetra Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil, afirma que a doença pode levar à asma a longo prazo. “E a asma também é um fator de risco para uma série de doenças”, diz ela.

Segundo a médica, é importante ficar atento a sintomas como coriza e nariz entupido, febre, crianças mais chorosas e de cabeça baixa e diminuição da amamentação. “É uma fase de adaptação e talvez esse também seja um ponto que dificulta a identificação das mães”, afirma.

Como a imunidade das crianças de até 6 meses ainda não está pronta para produzir os próprios anticorpos, as formas de prevenção, diz Ribeiro, seriam por meio da amamentação e da imunização passiva que a mãe passa para a criança.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em abril a primeira vacina para gestantes contra o VSR – que ainda espera ter preço definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.

Desenvolvida pela Pfizer, a vacina Abrysvo oferece 82% de proteção a bebês de até três meses contra infecções graves. A proteção cai para 69% entre os três e os seis meses de idade, nível que ainda é considerado bom para prevenir a infecção com internação.

A vacina é administrada em gestantes, que devem receber dose única entre a 24ª e a 36ª semana de gestação.

Até começar a ser aplicado, porém, as mães aconselham estabelecer uma higiene rigorosa, principalmente quando tiver outros filhos, sempre observando a respiração do recém-nascido e lavando o nariz desde cedo.

“Olha o peito, a barriga, as costelas e também o pescoço”, diz Camila Bizon, 38, que teve o filho internado quando ele tinha sete meses. “Hoje ele está com um ano e dez meses e já teve outros casos de bronquiolite, também precisou usar bomba outras vezes quando teve chiado no peito”.



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