Um estudo liderado por investigadores da Universidade de Stanford e do Centro Dinamarquês de Medicina do Sono descobriu que o sono fragmentado pode aumentar o risco de morte em 29% e reduzir a esperança de vida em cerca de nove anos. Publicada na revista NPJ Digital Medicine, a pesquisa acompanhou o sono de 10.699 adultos, com idades entre 20 e 90 anos, para comparar a idade real dos participantes com a “idade do sono” – um conceito que considera o movimento do queixo e das pernas, a respiração e os batimentos cardíacos.
Os resultados mostraram que cada aumento de dez anos na idade de dormir aumenta a taxa de mortalidade por todas as causas em 29% e reduz a esperança de vida em 8,7 anos. Além disso, o sono deficiente está associado a diversas condições, como apneia do sono, neurodegeneração, obesidade e dor crónica.
O neurologista do Hospital Sempre, Ronaldo Pacheco, explica que dormir tarde regularmente pode enfraquecer o sistema imunológico e causar uma série de problemas de saúde. “A prática pode aumentar o risco de obesidade e diabetes tipo II, além de causar hipertensão. Contribui para o aumento da ansiedade e da depressão e, cognitivamente, pode causar dificuldade de atenção e concentração. No médio e longo prazo, também agrava doenças crônicas.”
Ele alerta que, além de ser prejudicial à saúde, o hábito prejudica o desempenho cognitivo e a produtividade diária. “Os padrões de sono tardio afetam a atenção, a memória, a capacidade de tomada de decisão e o raciocínio, levando a um menor desempenho no trabalho e nos estudos”, destaca.
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Ronaldo Pacheco destaca que indivíduos que apresentam má qualidade do sono apresentam risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares devido às oscilações da pressão arterial, processos inflamatórios sistêmicos e aumento dos níveis de cortisol, que influenciam na produção de noradrenalina e melatonina.
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O especialista dá dicas para quem quer melhorar a qualidade do sono. “É importante ter disciplina na hora de dormir, procurando ir para a cama e acordar nos mesmos horários todos os dias, inclusive nos finais de semana, respeitando o ritmo circadiano entre 22h e 6h. Além disso, é recomendado criar um ambiente calmo, silencioso e confortável, evitar o uso de estimulantes e aparelhos eletrônicos antes de dormir, além de praticar atividades físicas regularmente”, ensina.
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