HORTOLÂNDIA (SP) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta sexta-feira, 23, da inauguração da fábrica farmacêutica EMS que produzirá os medicamentos liraglutida e semaglutida no brasil. As moléculas, que começaram a perder patentes neste ano, ficaram conhecidas mundialmente pelo uso e eficácia no tratamento de diabetes tipo 2 (Victoza e Ozempic) e obesidade (Saxenda e Wegovy).
Presidente do grupo EMS, Carlos Sanches disse que os peptídeos sintéticos são uma “grande inovação na indústria farmacêutica” e que toda a cadeia produtiva do medicamento, desde o insumo (IFA) até o produto final, será realizada no Brasil. O marketing também será direcionado para outros países.
“A patente da liraglutida expirou e pretendemos lançá-la globalmente. Já submetemos ao FDA (agência reguladora americana) e pretendemos começar a comercializá-lo em janeiro. Em 2026, a patente do Ozempic expira e começaremos a vendê-lo no Brasil.”
Com a produção nacional de medicamentos, a expectativa é custos mais baixos de medicamentos para os pacientes. Atualmente, uma caixa de liraglutida custa quase R$ 600 e a semaglutida custa entre mais de R$ 890 e R$ 1.915, segundo valores divulgados em sites de farmácias consultados pela reportagem.
“A produção de polipéptidos sintéticos reduzirá os efeitos secundários e os custos para os pacientes”, afirmou, durante a cerimónia de inauguração, o ministro da Saúde Nísia Trindade. “Até outubro, devemos ter este medicamento aprovado”, disse ele.
A nova fábrica contou com investimento de R$ 70 milhões, dos quais R$ 48 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Produzirá análogos do GLP-1, que imitam o hormônio que existe no corpo e está ligado ao controle da saciedade e dos níveis de açúcar no sangue. Os medicamentos foram desenvolvidos para o tratamento do diabetes 2 e perda de peso. Devem ser administrados em tratamentos com supervisão médica.
Os medicamentos se espelham nas moléculas originais, desenvolvidas e comercializadas pelo laboratório dinamarquês Novo Nordisk, responsável por Victoza, Saxenda, Ozempic e Wegovy.
Em seu discurso, Lula destacou a importância de o governo federal investir na indústria farmacêutica do país. “O poder de compra do SUS (Sistema Único de Saúde) nos permitirá ter uma indústria farmacêutica competitiva no mundo. A economia da saúde é um dos setores que mais cresce e exige de nós um novo salto estrutural.”
O presidente citou a importância de investir em pesquisa e formação de profissionais no país. “Saúde é sinônimo de ciência e tecnologia.”
Segundo a Presidência da República, a unidade faz parte da proposta de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), projeto retomado em setembro do ano passado com foco em “reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros”.
O objetivo é investir na produção nacional de itens prioritários para a rede pública. Até 2026, está previsto um investimento de R$ 57,4 bilhões entre recursos públicos e privados.
Diabetes como prioridade
O diabetes foi identificada como doença prioritária para medidas de desenvolvimento industrial voltadas à saúde.
O Brasil tem cerca 20 milhões de pessoas que convivem com a doença, segundo análise da Sociedade Brasileira de Diabetes com base em dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ranking mundial, o país ocupa o sexto lugar, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF).
A doença, que pode ser silenciosa, está ligada a casos de amputação, cegueira e problemas renais e cardíacos.
Pesquisa do Instituto Datafolha mostrou que 59% dos brasileiros estão acima do peso. A obesidade, por sua vez, está ligada a complicações como doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e problemas articulares.
Indústria farmacêutica nacional
Segundo a Presidência, a entrada do SGA no mercado público foi viabilizada pelo Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Ministério da Saúde.
“Entre as PDP assinadas, dez já forneceram ou estão fornecendo medicamentos ao SUS, sendo seis apenas em 2024. Esses medicamentos são destinados ao tratamento de câncer, esquizofrenia, imunossupressores utilizados por transplantados e doenças raras como esclerose múltipla”, informou. .
Em mais um braço do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o presidente Lula anunciou, na semana passada, o investimento de R$ 42,7 bilhões para o Plano Mais Produção (P+P), coordenado pelo BNDES.
Na ocasião, o banco também divulgou a aprovação de R$ 1,39 bilhão para três operações de financiamento aos planos de pesquisa, desenvolvimento e inovação da indústria farmacêutica nacional: R$ 500 milhões para EMS, R$ 390 milhões para Aché e outro R$ 500 milhões para a Eurofarma.
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