Lipedema: dieta com verduras verde-escuras e frutas vermelhas é aliada – Jornal Estado de Minas

Lipedema: dieta com verduras verde-escuras e frutas vermelhas é aliada – Jornal Estado de Minas



O lipedema é uma doença crônica e progressiva que afeta principalmente mulheres. Caracteriza-se pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, geralmente nas pernas e quadris, causando dor, sensibilidade e inchaço.

Apesar de comum, a condição ainda é subdiagnosticada. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge cerca de 12% das mulheres brasileiras e foi causa de aproximadamente 245 procedimentos cirúrgicos no país.

Pacientes com lipedema muitas vezes têm dificuldade em perder gordura localizada com dieta convencional e exercícios. A alimentação desempenha um papel muito importante no controlo dos sintomas, ajudando a reduzir a inflamação e a promover um melhor funcionamento do sistema linfático.

Dermatologista e proprietária da Casa Glow Up, Silvana Osorio fala sobre a dieta mais específica para ajudar no tratamento da doença:

Quais alimentos devem ser consumidos?

A dieta anti-inflamatória é a mais recomendada para o lipedema. Uma dieta baseada em vegetais verde-escuros, como couve e espinafre, é altamente recomendada. Além disso, frutos do mar, azeite, castanhas, amêndoas e chia são alimentos eficazes no controle da inflamação e podem contribuir para uma pele mais brilhante e jovem.

As frutas vermelhas são recomendadas porque possuem alto poder antioxidante, reduzindo toda a resposta inflamatória. A cúrcuma também é uma excelente aliada no processo inflamatório e melhora a fibrose, deixando a pele mais bonita.

Quais alimentos devem ser evitados?

Alguns alimentos industrializados e com alto índice glicêmico, como carboidratos refinados, refrigerantes, doces em geral, acabam aumentando a glicemia e, com isso, geram inflamação no organismo como um todo – que se reflete no tecido adiposo que, quando inflamado, ao longo do tempo, gera fibrose e pode causar irregularidades na pele.

É recomendado evitar alimentos processados, como alimentos farináceos (à base de farinha), como biscoitos. As bebidas alcoólicas possuem alto poder inflamatório e não devem ser consumidas. Quanto mais natural, mais benéfico é o alimento.

O sal também é outro vilão. O consumo excessivo pode contribuir ainda para o agravamento do quadro clínico, ou seja, o aumento da retenção de líquidos no lipedema, o que leva ao agravamento da fibrose e, consequentemente, à sensação de peso. O ideal é consumir sal em doses bem pequenas.

Os carboidratos, principalmente os refinados, são contraindicados para quem tem lipedema. O consumo destes alimentos deve ser realizado de forma bem controlada e, preferencialmente, associado ao tratamento medicamentoso e à suplementação específica e individualizada, a fim de evitar a progressão da doença, tanto funcional como esteticamente.

Alimentação balanceada e qualidade de vida

“A pele é o nosso maior órgão e está intimamente ligada à saúde do nosso corpo como um todo. Não existe pele saudável, bonita e vibrante em um organismo doente. Precisamos olhar novamente para o ser humano como um todo, abranger cada vez mais tratamentos multidisciplinares para alcançar melhores resultados e devolver a saúde de alto nível aos nossos pacientes”, revela Silvana.

Como o lipedema é uma doença causada pela inflamação do tecido adiposo, há relação direta com o intestino e a alimentação. O quadro requer acompanhamento médico específico, bem como estratégias de acordo com o grau da doença para melhora clínica geral.

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