O Julho Amarelo conscientiza sobre as hepatites e entre as mais letais e contagiosas está a B, que atinge qualquer pessoa e pode causar sérios problemas ao corpo humano. Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 2000 e 2021 foram registrados cerca de 279.872 casos no Brasil.
O infectologista e professor de Medicina da Universidade de Franca – Unifran, Lucas Macedo, explica que a doença é causada pelo vírus da hepatite B (HBV), que infecta células do fígado humano. Assim, qualquer pessoa infectada pelo vírus pode, durante a vida, desenvolver inflamação no fígado. Se não for diagnosticada e tratada, corre o risco de evoluir para formas mais graves desta doença, incluindo cirrose hepática (perda da função hepática) e até cancro.
A maioria dos pacientes não apresenta sintomas no início da infecção ou apresenta manifestações clínicas inespecíficas após serem infectados pelo vírus. “Os sinais podem variar desde mal-estar geral, cansaço, falta de apetite até a presença de sinais um pouco mais específicos como febre, dor abdominal, náuseas, vômitos, pele, olhos amarelados e urina escura”, comenta Lucas.
Segundo o professor do curso de Medicina da Unifran, as principais formas de transmissão ocorrem pelo contato da pele com uma ferida, mesmo que pequena, mucosas (olhos, boca, genitais e intestinais), com sangue, fluidos e secreções corporais infectadas pelo vírus . HBV (sêmen, saliva, secreções vaginais e lágrimas).
“As vias comuns de transmissão incluem da mãe infectada para o bebê durante o parto, inserção de piercings, tatuagens, contato sexual, transfusão de sangue e hemoderivados, uso de drogas injetáveis e exposição ocupacional de profissionais de saúde durante o trabalho”, acrescenta Lucas Macedo.
Como se prevenir?
O infectologista reforça que a imunização através da vacinação é a estratégia mais eficaz na prevenção da infecção pelo VHB, que se tem revelado muito eficaz através do controlo global da hepatite B, desde que começou há mais de 35 anos.
“Outras estratégias para prevenir novas infecções pelo HBV são: tratar pacientes infectados e interromper as vias de transmissão, realizar pré-natal adequado desde o início da gravidez e promover campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção sexual (uso de preservativo) e o risco de contaminação devido ao uso de drogas injetáveis”, diz Lucas.
O tratamento é realizado após diagnóstico positivo. “Uma vez realizada a avaliação, o paciente é inserido no protocolo clínico para diagnóstico e tratamento da hepatite B, oferecido no SUS pelo Ministério da Saúde do Brasil. Esse programa disponibiliza medicamentos capazes de controlar a infecção pelo VHB”, finaliza.
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