Janeiro Branco: gestantes devem se atentar à saúde mental – Jornal Estado de Minas

O que é a campanha Janeiro Branco?

A partir de janeiro de 2024, foi instituída no Brasil a Campanha Janeiro Branco, dedicada à promoção da saúde mental, com campanhas nacionais para conscientizar a população sobre a saúde mental.

Os principais objetivos da campanha são a promoção de hábitos e ambientes saudáveis ​​e a prevenção de doenças psiquiátricas, com especial enfoque na prevenção da toxicodependência e do suicídio.

A importância desta campanha é principalmente fazer com que a sociedade fale abertamente sobre esta questão e a enfrente, mobilizando e divulgando informações, pois os transtornos emocionais e mentais são mais comuns do que se imagina. Entre eles podemos destacar depressão, ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia.

O Brasil é o país com maior prevalência de casos de depressão na América Latina, segundo dados divulgados em 2022 pela Organização Pan-Americana da Saúde, e o segundo nas Américas.

Qual a importância desta campanha para as mulheres?

Esta campanha é especialmente importante para as mulheres. Podemos usar, como exemplo, dois dados da Organização Mundial da Saúde, que demonstram essa importância:

A primeira é que as mulheres brasileiras têm o dobro de casos de depressão que os homens.

A segunda é que até uma em cada cinco mulheres pode sofrer de perturbações mentais durante a gravidez e o período pós-parto.

As consequências dos transtornos mentais podem ser graves, fazendo com que a mulher fique impossibilitada de exercer suas atividades como pessoa, profissional ou como mãe, pois em muitos casos são incapacitantes,

Qual o papel do ginecologista nesse cenário?

O ginecologista é o médico que, na maioria das vezes, acompanhará a paciente ao longo de sua vida, cuidando de sua saúde integral, tanto física quanto mental, atendendo a todos os tipos de demandas, como aquelas relacionadas aos ciclos menstruais, sexualidade, imunizações, necessidades check-ups e exames, alimentação, frequência de exercícios físicos, mas também fique sempre atento a sinais de transtornos emocionais e mentais que possam indicar uma crise ou doença temporária.

Dependendo do quadro e da intensidade do transtorno, é realizado encaminhamento para avaliação e tratamento psicológico ou psiquiátrico para diagnóstico e tratamento necessários.

Qual é o conselho médico?

A primeira recomendação para todas as mulheres é realizar a consulta ginecológica anual, momento em que poderá ser identificado qualquer distúrbio emocional ou mental.

A segunda orientação é ter hábitos de vida saudáveis, que incluem: alimentação saudável e ingestão regular de água; praticar exercício físico frequente; sono regular e de qualidade; evitar fumar e consumir álcool e drogas; além de ter momentos de lazer, convívio social e familiar saudável.

Alguns sinais, que persistem por duas ou mais semanas, podem, por exemplo, indicar depressão e incluem:

• dificuldade para sair da cama, devido ao humor negativo;
• dificuldade de concentração;
• perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas;
• incapacidade de realizar atividades e responsabilidades diárias;
• alterações de apetite que resultam em alterações de peso.

A orientação é que a pessoa fique atenta a qualquer alteração em seu comportamento ou pensamento que possa representar um transtorno, e que também fique atenta ao de seus familiares, para que em ambos os casos possa procurar ajuda médica.

Qual o risco da paciente se ela não tratar?

A falta de tratamento pode agravar o transtorno mental, causando graves consequências nos âmbitos familiar, profissional e social e até mesmo para a sua integridade física e a de outras pessoas.

No caso específico da depressão pós-parto, até 20% das mulheres com essa condição podem apresentar pensamentos de automutilação e suicídio. O não tratamento também pode causar consequências muito negativas na relação mãe-bebê, tão importante nesta fase.

Os transtornos mentais precisam ser tratados e muitos deles são temporários, como muitos casos de ansiedade e depressão. Em muitos casos, basta a psicoterapia acompanhada de exercícios físicos e outros bons hábitos de vida. Em alguns casos, a medicação também pode ser necessária.

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