O expectativa de vida no Brasil atingiu 76,4 anos em 2023um aumento de 11,3 meses em relação ao ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 29. Esse marco não só excede os níveis pré-pandêmicos76,2 anos registados em 2019, mas também consolida a recuperação de um indicador que tinha sofrido quedas significativas devido à Covid-19. Em 2021, no auge das mortes pela doença, a esperança de vida no país despencou para 72,8 anos, o nível mais baixo desde 2010.
Embora a longevidade brasileira tenha aumentado para ambos os sexos, as mulheres continuam a viver mais. Em 2023, eles têm uma expectativa de vida de 79,7 anosenquanto os homens chegavam 73,1 anosuma diferença de 6,6 anos.
Desde 1940, quando a diferença entre os sexos era de 5,4 anos, essa disparidade tem sido influenciada por fatores como maior assistência à saúde feminina e menos exposição a situações de riscocomo a violência e os acidentes de trânsito, que ainda afetam desproporcionalmente os homens.
Além disso, o excesso de mortalidade masculina — a diferença no risco de morte entre homens e mulheres — continua elevada, especialmente entre os jovens adultos. Homens de 20 a 24 anos têm 4,1 vezes mais probabilidade de morrer do que mulheres da mesma idade, principalmente por causas externas, como acidentes e homicídios. Este padrão de mortalidade ganhou força nas últimas décadas, acompanhando a urbanização acelerada e o aumento da violência nas grandes cidades brasileiras.
A relação entre urbanização e longevidade
A crescente urbanização no Brasil tem impactos diretos na qualidade e na expectativa de vida. De acordo com o relatório Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas: Resultados do Universodo IBGE, mais de 16 milhões de brasileiros vivem nesses territórioscorrespondente a 8,6% da população total do país. Essas áreas concentram desafios significativos, como a falta de saneamento básico, que afeta diretamente 23,3% de domicílios localizados em favelas. Além disso, 12,2% das casas nestes territórios não têm acesso adequado à água tratada.
Você serviços de coleta de lixo também apresentam lacunas importantes: em 5,7% das residências nas comunidades urbanas, não há coleta regular de resíduos sólidos. Essa precariedade impacta diretamente a saúde dos moradores, resultando em condições insalubres que comprometem a longevidade.
Políticas de saúde infantil
Por outro lado, o avanços na saúde infantil têm sido cruciais para o aumento da expectativa de vida no Brasil. De acordo com o relatório Censo Demográfico 2022: MUNIC e ESTADICdo IBGE, 98,4% dos municípios brasileiros informar a existência de campanhas regulares de vacinaçãoum fator essencial na redução de doenças graves e da mortalidade infantil. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) alcançou taxas de cobertura significativas, como 95% vacinação contra a poliomielite em diversas regiões.
Além disso, 94% dos municípios afirmam ter programas de cuidados básicos para mulheres grávidas e criançascomo o Estratégia Saúde da Família (ESF)que oferece atendimento pré-natal e acompanhamento do desenvolvimento infantil. Estas iniciativas, segundo o censo, têm impacto direto na redução da mortalidade infantilque caiu 91,5% desde 1940, quando de cada mil nascidos vivos, 146,6 não completaram o primeiro ano de vida. Em 2023, esta taxa caiu para 12,5 mortes por mil. Entre as crianças menores de 5 anos, o progresso foi semelhante: a mortalidade caiu de 212,1 para 14,7 mortes por miluma gota em 93,1%.
Longevidade dos idosos e o impacto na sociedade
Os brasileiros que chegam 60 anos hoje eles têm perspectiva de viver mais 22,5 anos. Este número representa um aumento de 9,3 anos em relação a 1940. Para mulheresa média é ainda maior: eles podem esperar viver mais 24 anos a partir dos 60 anosenquanto os homens têm 20,7 anos. Estes ganhos em longevidade reflectem um maior acesso a cuidados médicos e uma maior atenção às condições de saúde na velhice.
Transformações desde 1940
É indiscutível que a comparação dos dados atuais com os de 1940 revela o quanto O Brasil evoluiu em termos de saúde pública. Naquela época, o a expectativa de vida era de apenas 45,5 anosinfluenciado por altas taxas de mortalidade infantil, doenças infecciosas e acesso limitado aos serviços de saúde.
Desde então, melhorias nas condições sanitárias, avanços na medicina e políticas públicas voltadas à redução da mortalidade contribuíram para que o país ganhasse em média 30,9 anos de vida. Para as mulheres, o aumento foi de 31,4 anos, e para os homens, de 30,2 anos.
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