Fim do Zé Gotinha? Não, mas a vacina da pólio vai…

Inspiração para o personagem Zé Gotinha Em 1986, a vacina oral contra poliomielite — também conhecida como poliomielite e paralisia infantil — será substituída por versão injetável a partir desta segunda-feira, 4. A mudança considera recomendações internacionais para fortalecer ainda mais a segurança da imunização e não tirará o símbolo mais importante da vacinação no Brasil.

Com o novo esquema, as duas doses de reforço com a vacina oral bivalente contra poliomielite (VOPb), a famosa gotícula, serão substituídas por uma dose da vacina inativada contra poliomielite (VIP). Assim, todo o esquema vacinal será realizado junto com a injeção.

A definição da implantação do VIP como imunizante exclusivo foi anunciada no primeiro semestre deste ano, quando o Ministério da Saúde realizou campanha de vacinação contra aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite.

Embora a gotícula tenha sido essencial para combater a doença e evitar sequelas — e até morte de crianças –, passou a ser substituída pela versão injetável para fechar completamente o cerco à poliomielite.

Isso ocorre porque um tipo de patógeno formado a partir da vacina oral pode levar ao risco de infecção quando excretado nas fezes. Embora não seja a forma selvagem do poliovírus, é altamente perigoso quando se espalha em regiões onde as taxas de vacinação são baixas ou são afetados por catástrofes ou conflitos, responsáveis ​​por comprometer redes de saneamento.

Veja como é o esquema com VIP:

• 2 meses – 1ª dose
• 4 meses – 2ª dose
• 6 meses – 3ª dose
• 15 meses – dose de reforço

Brasil livre da poliomielite

Desde 1989, o Brasil não registra casos de paralisia infantil e, há 30 anos, o país recebeu o certificação de uma área livre de circulação do poliovírus selvagem.

Esse agente altamente contagioso pode infectar adultos e crianças por meio do contato direto com fezes e secreções eliminadas pela boca dos pacientes. Foi com as consequências que deixou na população infantil que a doença ficou mais conhecida por desencadear paralisia nos membros inferioresnos músculos da fala e da deglutição, atrofias musculares e problemas articulares. Não existe tratamento para a poliomielite e, em casos graves, pode levar à morte.

Segundo o Ministério da Saúde, até maio deste ano, o índice de crianças vacinadas estava em alta. O número de crianças menores de 1 ano que receberam VIP foi de 85,42%. Dados de 2023 indicam que o percentual era de 84,63%. Em 2022, o índice era de 77,2%.

E Zé Gotinha?

A personagem que nasceu para conscientizar sobre a importância da vacinação das crianças contra a poliomielite continuará em campanhassegundo o Ministério da Saúde.

“O personagem também foi a campo para alertar sobre a prevenção de outras doenças imunopreveníveis, como o sarampo. Por isso, ele segue trabalhando pela imunização. Zé Gotinha tornou-se um símbolo universal na missão de salvar vidas e um importante aliado no processo de educação e combate às fake news”, diz nota do ministério sobre o tema.