Um novo estudo publicado na revista Nature Cardiovascular Research identificou que alguns fatores genéticos podem influenciar o risco de desenvolver um acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa realizou uma investigação aprofundada do gene HTRA1 e comprovou que as pessoas que herdam variantes específicas dele têm consideravelmente mais probabilidade de sofrer da doença. O assunto ganha especial relevância nesta terça-feira (29/10), Dia Mundial do AVC.
Depois de integrar informações clínicas e genéticas de grandes bases de dados de saúde, os investigadores analisaram os efeitos de 78 variantes do HTRA1 e demonstraram que estão ligadas ao aumento do risco de acidente vascular cerebral e doenças de pequenos vasos cerebrais.
“O estudo é importante para entendermos exatamente quais genes estão ligados ao risco de AVC e, no futuro, podermos produzir medicamentos e tratamentos direcionados”, comenta o neurologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) da Dasa, Marcus Túlio.
No Brasil, dados do Datasus, sistema de informação de mortalidade do Ministério da Saúde, mostraram mais de 34 mil mortes por acidente vascular cerebral no ano passado, com maior incidência (cerca de 25 mil casos) na população acima de 70 anos. Outro dado importante, pois, além dos fatores genéticos, o envelhecimento também contribui para o aumento dos casos de AVC, segundo Marcus Tulius.
“Vimos que há uma mudança nos padrões de idade acontecendo em todo o país. A população idosa está aumentando e representará mais de 37% dos brasileiros em 2070, segundo o último censo do IBGE, o que representa um cenário importante para reforçar a prevenção do AVC”, aponta o neurologista.
O médico explica que a doença ocorre quando há interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro devido ao rompimento (AVC hemorrágico) ou obstrução (AVC isquêmico) de um vaso sanguíneo.
“O AVC é uma doença evitável se os principais fatores de risco forem controlados, como hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, obesidade e dislipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos)”, afirma Marcus Tulius.
É importante reconhecer os sinais de AVC e procurar imediatamente ajuda médica especializada. Os sintomas mais perceptíveis são: alterações repentinas na fala, motoras, sensoriais ou visuais, falta de equilíbrio, visão turva repentina, dificuldade de entender o que está sendo dito ou de falar determinadas palavras e frases e incapacidade de movimentar um dos membros. O atendimento rápido em um hospital capacitado pode salvar o paciente e evitar sequelas.
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