Família diz que Maguila ‘lutou bravamente’ e manteve o humor até o fim; cérebro será doado para estudos – Jornal Estado de Minas

Família diz que Maguila ‘lutou bravamente’ e manteve o humor até o fim; cérebro será doado para estudos – Jornal Estado de Minas



A família do boxeador Adilson “Maguila” Rodrigues, que ele morreu Nesta quinta-feira (24/10), aos 66 anos, ele confirmou que o cérebro do ídolo será doado à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para estudos médicos. O lutador sofria de encefalopatia traumática crônica, ou demência do boxeador, que afeta pessoas que sofrem ferimentos na cabeça.

O neurologista Renato Anghinah, que acompanha Maguila há dez anos, disse que os estudos vão ajudar a compreender a doença que afecta boxeadores, jogadores de futebol e rugby e também vítimas de violência doméstica.

Há cerca de um mês, Maguila foi internado e os médicos encontraram um nódulo no pulmão, mas não foi realizada biópsia para identificar possível câncer por causa da fraqueza do ex-lutador.

Ele manteve o bom humor e as piadas até o último dia, segundo a esposa e o filho, Júnior Ahzura. “Ele lutou com bravura, mas não tinha mais forças”, disse Júnior.

“É uma honra estar falando de uma pessoa que fez parte do Brasil, que nunca negou sua origem. Só temos que agradecer a Deus, primeiramente, e a todas as pessoas que o amam e que sempre acreditaram nele”, disse Irani, a viúva do lutador.

O velório de Maguila aconteceu na Alesp nesta sexta-feira (25/10). A cerimônia terminou ao meio-dia.

Depois, uma procissão levou o corpo até São Caetano do Sul, onde aconteceu uma cerimônia em Ossel.

O boxeador sofria de encefalopatia traumática crônica, também conhecida como demência pugilística, diagnosticada em 2013, e procurou minimizar os sintomas com tratamento à base de canabidiol.

Maguila não disputou um dos principais cinturões mundiais, embora tenha conquistado o irrelevante título da Federação Mundial de Boxe, mas, no que diz respeito ao carisma, teve poucos rivais entre os atletas brasileiros, o que também o ajudou a conquistar uma legião de fãs. .

Doença do boxeador

A doença causada por traumas repetidos na cabeça ou no crânio, encefalopatia traumática crônica ou demência do boxeador, que afetou Maguila, falecido nesta quinta-feira (24/10), também pode afetar praticantes de outros esportes.

Embora esteja associada a boxeadores, há estudos que mostram que praticantes de outros esportes de luta, rugby, futebol, entre outros, bem como militares que passam por treinamentos que envolvam impacto na cabeça, podem ser alvos da doença.

Segundo o neurologista Vitor Tumas, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, qualquer trauma repetido no crânio pode predispor a doenças degenerativas em geral, como o Parkinson.

A exposição repetitiva a traumatismos cranianos pode ocorrer em pancadas, pancadas e solavancos na cabeça, situações que fazem com que o cérebro se mova abruptamente dentro da caixa craniana.

“Pode ser um trauma até leve, o que importa é o quanto se repete”, afirma. Segundo o especialista, o conhecimento sobre o impacto desses traumas no desenvolvimento de doenças degenerativas levou a mudanças nas regras desportivas.



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