Exossomos ajudam no rejuvenescimento da pele e melhoram casos de alopecia – Jornal Estado de Minas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A medicina regenerativa é o tema do momento debatido nos principais congressos de dermatologia do mundo, como o IMCAS (International Master Course on Aging Science), realizado anualmente em Paris, e que aconteceu pela primeira vez vez no Brasil, em São Paulo, em abril, e no 77º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que aconteceu de 5 a 7 de setembro, em Natal (RN).

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Como o nome sugere, o objetivo da medicina regenerativa é restaurar os tecidos devolvendo as suas funções.

Nesta área, os exossomos são o principal produto utilizado em consultórios médicos. São aplicados na forma líquida no rosto, pescoço, tórax e couro cabeludo e são capazes de estimular o colágeno, melhorando a firmeza e a qualidade da pele e também podem ser indicados para promover o crescimento capilar em pessoas com alopecia.

“Os exossomos são vesículas extracelulares de origem vegetal, extraídas das células da rosa”, explica Daniela Carvalho Lemes, dermatologista membro da SBD, que ministrou palestra no congresso deste fim de semana sobre as evidências científicas desse agente na dermatologia.

O médico afirma que já existem estudos importantes que mostram a segurança e os resultados dos exossomos. “Também temos muitos acompanhamentos de casos de pacientes, com acompanhamento de até um ano, que revelam que a aplicação tópica tem excelente resposta”.

Essas vesículas extracelulares também existem em nosso corpo e se comunicam entre as células. “Eles transportam proteínas, lipídios, ácidos nucléicos, ou seja, são responsáveis ​​por toda nutrição intercelular”, explica Geisa Costa, dermatologista, membro da Sociedade Latino-Americana de Dermatologia Pediátrica e da Sociedade Brasileira de Laser.

Nem a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nem a FDA (agência reguladora ligada ao departamento de saúde do governo dos EUA) liberaram a substância para ser injetada na pele.

Os exossomos são notificados como cosmético grau 2 pela Anvisa, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso. Pode ser usado topicamente e não pode ser injetado.

Costa diz que usa exossomos como entrega de medicamentos. “Essa técnica consiste na aplicação de uma substância na pele após a utilização de um aparelho, como laser ou radiofrequência microagulhada, que provoca uma abrasão no tecido. A solução penetrará melhor pelos canalículos formados”.

A dermatologista explica que essa forma é mais segura que a injetável, porque a derme, mesmo com lesões causadas pela tecnologia, tem função de defesa. “A pele cria uma barreira, pois possui células de Langerhans e macrófagos que selecionam o que faz bem ao organismo e o que pode fazer mal. Quando injetamos uma substância, ela passa diretamente pela pele e vai para a região onde a circulação sanguínea é mais intensa. intenso, espalhando-se rapidamente por todo o corpo”, diz Costa.

“Os exossomos têm apresentado excelentes resultados na regeneração tecidual e em casos de alopecia, mas é importante utilizá-los com segurança”, afirma o médico.

Os resultados costumam aparecer um mês após a primeira aplicação e, geralmente, são recomendadas três sessões com intervalos de 30 a 60 dias entre cada uma.

Como efeitos colaterais, os pacientes podem apresentar hiperemia (aumento da circulação sanguínea local) e dermatite. Nesses casos, explica a dermatologista, podem ser administrados produtos inflamatórios e corticoides para tratar as complicações e o tratamento é suspenso.

O uso de exossomos é contraindicado para portadores de doenças autoimunes, que realizaram terapias oncológicas e gestantes.