Estudo mineiro contribui para novas formas de tratar Monkeypox e Alaskapox – Jornal Estado de Minas

Estudo mineiro contribui para novas formas de tratar Monkeypox e Alaskapox – Jornal Estado de Minas



Unifal

Os resultados de um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologia Celular de Microrganismos (LaBioMol) da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) apresentam importantes contribuições que podem mudar o jogo no combate aos vírus da varíola dos macacos (Mpox) e do alascapox . Sabe-se que esses vírus causam doenças infecciosas significativas, sendo a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (PHEIC), conforme anunciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 14 de agosto de 2024.

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A pesquisa ganhou repercussão na The Lancet Microbe, uma das revistas médicas mais prestigiadas e influentes na área de microbiologia do mundo. No estudo, os pesquisadores apresentam perspectivas para o desenvolvimento de vacinas eficazes e métodos de diagnóstico rápido, baseados na análise de epítopos imunogênicos – pequenas partes de proteínas virais que provocam uma resposta do sistema imunológico – compartilhados entre os vírus da varíola dos macacos e do alascapox.

Intitulado Epítopos imunogênicos compartilhados entre proteínas de entrada e saída do hospedeiro dos vírus da varíola dos macacos e da varíola do Alascao artigo é assinado pelo mestrando Leonardo Pereira de Araújo (bacharelado em biotecnologia e aluno do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas – PPGMCF), em coautoria com Evandro Neves Silva (biomédico e pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas Ciências – PPGCB), e com os professores orientadores: professora Patrícia Paiva Corsetti (departamento de microbiologia e imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas) e professor Leonardo Augusto de Almeida (departamento de microbiologia e imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas), coordenador da pesquisa .

Um quebra-cabeça genético

Para entender o trabalho dos pesquisadores, vale imaginar um jogo de quebra-cabeça em que cada peça representa uma parte de um vírus. Imagine que os cientistas estão montando dois quebra-cabeças diferentes ao mesmo tempo: um sobre o vírus da varíola dos macacos e outro sobre o vírus da varíola do Alasca. A ideia é encontrar peças que se encaixem nos dois quebra-cabeças, ou seja, partes dos vírus que sejam semelhantes, chamadas de epítopos, que o sistema imunológico consiga reconhecer e atacar.

O que os investigadores conseguiram mostrar através do estudo é que, embora os vírus da varíola dos macacos e do alascapox representem puzzles diferentes, partilham algumas peças comuns, que são a chave para uma estratégia de defesa que funcione para ambos os vírus, ajudando a proteger a população de futuras infecções.

“O objetivo deste estudo foi avaliar se os epítopos de proteínas associadas aos processos de entrada e saída do vírus mpox, previamente identificados e utilizados na criação de uma vacina quimérica multiepitópica pelo nosso grupo de pesquisa, também estão presentes nas mesmas proteínas do emergente vírus Alaskapox. , hoje chamada de varíola boreal”, explica o professor Leonardo Almeida.

Usando técnicas computacionais, o grupo identificou as mesmas proteínas-alvo responsáveis ​​pelos processos de entrada e saída no vírus alaskapox, o que lhes permitiu encontrar correspondências entre as proteínas do vírus mpox reemergente e o vírus alaskapox emergente. “Após a identificação dessas proteínas, utilizamos as sequências dos epítopos previamente identificados no mpox e realizamos uma nova análise para verificar se esses epítopos estavam conservados no alaskapox”, detalha.

Segundo o pesquisador, o processo permitiu avaliar o potencial uso de epítopos em vacinas bivalentes e testes de imunodiagnóstico. “Se houvesse mutações, realizávamos testes in silico para avaliar a antigenicidade e estabilidade estrutural dos epítopos, analisando o impacto das mutações encontradas neste novo vírus”, destaca.

As principais descobertas revelaram conservação significativa e certas variações dos epítopos entre os vírus mpox e alaskapox. “Das dez sequências de epítopos previamente identificadas para mpox, descobriu-se que três eram 100% conservadas em alaskapox, duas em proteínas de entrada e uma em uma proteína de saída. Esses epítopos conservados têm potencial para serem utilizados como agentes bivalentes eficazes para ambos os vírus”, enfatiza.

Outros quatro epítopos apresentaram mutações que não comprometem sua capacidade de gerar resposta imunológica, mostrando potencial para uso em testes diagnósticos. “Os quatro epítopos restantes apresentaram mutações que, embora alterassem suas sequências, não impactaram significativamente a antigenicidade e a estabilidade, segundo análises in silico”, compartilha.

Para o pesquisador, a descoberta oferece a oportunidade de criar vacinas e testes eficazes para ambos os vírus, além de permitir avaliar a conservação entre variantes. “Esta descoberta facilita o desenvolvimento de intervenções bivalentes, aumentando a proteção global e ajudando a controlar surtos emergentes e reemergentes”, destaca.

O uso da vacinologia reversa e de técnicas in silico é destacado pelo professor como uma estratégia que pode acelerar significativamente o desenvolvimento de vacinas, reduzindo tempo e custos. “Isso é essencial em contextos de emergência, permitindo uma resposta mais rápida a novas ameaças”, afirma.

Segundo ele, os dados obtidos sobre conservação e variação de epítopos também fornecem uma base sólida para pesquisas futuras. “Outros cientistas podem usar esta informação para investigar a evolução viral e desenvolver novas estratégias para enfrentar vírus emergentes e reemergentes. A capacidade de distinguir entre diferentes variantes melhora a detecção precoce e a resposta aos surtos”, aponta.

Próximos passos e impacto global

Com base nestas descobertas, o próximo passo passa pela realização de testes in vitro e pré-clínicos em modelos animais para avaliar a eficácia destas potenciais vacinas, bem como verificar como estas vacinas se comportam quando reconhecidas pelo sistema imunitário. “Nesse caso, será necessário através de parcerias com outras instituições que tenham nível adequado de biossegurança para estudos de proteção”, informa.

Sobre a publicação na The Lancet Microbe, o pesquisador ressalta a importância da repercussão. “Isso não apenas valida a relevância científica e a qualidade da pesquisa realizada no LaBioMol, mas também amplia o alcance do nosso estudo para um público global”, afirma. “Essa visibilidade pode gerar novas colaborações, impulsionar pesquisas futuras e, sobretudo, contribuir para o avanço do conhecimento sobre patógenos emergentes, tema de grande relevância na saúde pública atual”, acrescenta.

Segundo o professor Leonardo Almeida, ao identificar epítopos imunogênicos compartilhados entre proteínas de entrada e saída do vírus como a varíola dos macacos e o alascapox, o estudo desenvolvido por seu grupo pode abrir caminhos para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e vacinas, reforçando a importância do trabalho sendo realizado na UNIFAL-MG para a ciência global.

Promoção

Os dois projetos de pesquisa que deram origem à publicação do artigo foram financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). O primeiro projeto foi aprovado em 2022, no âmbito do edital Apoio à retenção de jovens médicos no Brasile conta com a participação de Evandro Neves Silva, coautor do artigo, que atua como bolsista de pós-doutorado vinculado ao PPGCB. O segundo projeto foi aprovado na chamada Universal 2023, que conta tanto com o já citado pós-doutorando quanto com o mestrando do PPGMCF, Leonardo Pereira de Araújo, primeiro autor do artigo.



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