Estudo investiga efeitos das redes sociais, álcool…

Um estudo publicado na revista PLOS Saúde Pública Global investigou como produtos amplamente consumidos, como álcool, tabaco, alimentos ultraprocessados, jogos de azar e mídias sociais influenciam a saúde mental. Conhecido como “determinantes comerciais“, eles têm sido associados à depressão, suicídio e automutilação.

A pesquisa revisou 65 estudos sistemáticos realizados em diferentes países e, entre os itens estudados, o álcool e tabaco mostrou uma ligação significativa com o aumento de casos de depressão e suicídio. Já o mídia social foram especialmente destacados como fator de risco para auto-mutilaçãoparticularmente entre os jovens.

O grupo também encontrou um risco aumentado de suicídio relacionado a exposição à poluição do ar e em mudanças climáticas, decorrentes do uso de combustíveis fósseis.

Como esses fatores afetam a saúde mental?

O estudo identificou várias formas pelas quais estes produtos e atividades podem impactar negativamente a saúde mental. No caso do álcool e do tabaco, uma das explicações é que estas substâncias têm efeitos diretos no sistema nervosoo que pode aumentar os níveis de inflamação no corpo e afetar a química do cérebro, o que contribui para o desenvolvimento de distúrbios como depressão e ansiedade.

As redes sociais, por sua vez, foram identificadas como problemáticas porque estão associadas a padrões de uso que podem levar a sentimentos de isolamento, baixa auto-estima e comparações sociais prejudiciais. O uso excessivo destas plataformas também tem sido associado a distúrbios do sonoo que pode piorar os sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, o estudo sugere que a exposição contínua a conteúdo negativo ou estressante nas redes sociais pode intensificar sentimentos de desesperança e aumentar o risco de automutilação e suicídio.

Conclusões do estudo

Apesar das evidências robustas, os investigadores identificaram lacunas importantes na compreensão de como as práticas comerciais mais amplas, para além do consumo direto destes produtos, afetam a saúde mental. O estudo conclui que é essencial incluir esses determinantes comerciais nos modelos de políticas públicas de saúde mental.

Os investigadores sugerem que pesquisas futuras devem centrar-se na forma como estas práticas empresariais influenciam a saúde mental em diferentes contextos e populações. A revisão também enfatiza a necessidade de políticas públicas que restrinjam o impacto negativo desses produtospromover um ambiente mais saudável para todos.