Esfíncter artificial pode tratar incontinência infantil, aponta estudo – Jornal Estado de Minas

O incontinência urinária em crianças, especialmente aquelas com distúrbios neurogênicos ou malformações congênitas – como mielomeningocele e Síndrome de Down – é uma condição desafiadora que afeta significativamente a qualidade de vida. Dentre as opções de tratamento, o esfíncter urinário artificial – AMS 800 tem se destacado por promover a continência e preservar a função do trato urinário.

O aparelho também é indicado para crianças com disfunção vesical, quando há associação de constipação com disfunção do trato urinário inferior, muitas vezes causada por condições que afetam o nervos que controlam a bexiga associado a defeitos no fechamento da coluna vertebral ou trauma na coluna vertebral. Nessas situações, o esfíncter urinário natural resulta em perda involuntária de urina.

A convite da editora Memorial, dos Estados Unidos, o presidente da International Children’s Continence Society (ICCS), Dr. Ubirajara Barroso Jr., fez a primeira revisão de artigos sobre o uso do AMS 800, aparelho amplamente utilizado em o manejo da incontinência urinária em crianças. O artigo “O uso de esfíncteres urinários artificiais em crianças” foi publicado em uma edição especial do International Journal of Reconstructive Urology (IJRU), que aborda os avanços na reconstrução urológicacirurgia de uretra, cirurgia de pênis e outros temas de destaque na área.

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Ao contrário dos adultos, em que o esfíncter é posicionado na uretra, nas crianças o implante é realizado no colo vesical, devido à fragilidade da uretra. O procedimento pode ser feito abertamente ou por cirurgia robóticana saída da bexiga. Desta forma, o esfíncter urinário artificial atua como mecanismo de contenção, permitindo o controle da micção e proporcionando uma melhora significativa na qualidade de vida.

Dados de 16 estudos com 724 pacientes indicam taxas de sucesso na obtenção continência urinária variando de 56% a 95,4%. Taxas de complicações cirúrgicas e mecânicas variando de 19% a 37% foram relatadas.

“Embora haja riscos de complicações, como infecções e falhas mecânicasos benefícios do tratamento superam os desafios, proporcionando um novo caminho para aqueles que anteriormente não tinham opções eficazes. Portanto, há uma necessidade contínua de pesquisa e desenvolvimento para melhorar a eficácia e segurança do AMS 800 em crianças”, avalia o urologista.

O aparelho também se destaca pela durabilidade, funcionando por até 15 a 20 anos antes de uma eventual necessidade de substituição. Porém, em crianças, a alteração é menos frequente, ocorrendo apenas quando o aparelho deixa de funcionar corretamente. “É uma honra contribuir para ampliar o conhecimento sobre um tema tão importante que impacta diretamente na qualidade de vida de crianças com distúrbios urológicos graves“, afirma.

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