A esclerose múltipla é uma doença crônica e autoimune (mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar seus próprios tecidos). Segundo o Ministério da Saúde, a esclerose múltipla atinge entre 2 e 2,5 milhões de pessoas no mundo, em idade produtiva (de 20 a 50 anos), com incidência estimada de quase nove casos para cada 100 mil habitantes no Brasil.
A neurologista do Hospital Sempre, em Belo Horizonte, Jéssica Rodrigues, explica que a esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica com componentes inflamatórios e neurodegenerativos. “A doença atinge principalmente mulheres em idade fértil (entre 20 e 40 anos) e é uma doença do sistema nervoso central (SNC), que inclui o cérebro e a medula espinhal”, afirma.
Quanto aos sintomas, segundo o médico, eles vão depender da região do sistema nervoso central (SNC) afetada pela doença. “Se atingir os nervos ópticos, o paciente pode apresentar alterações visuais; se o cerebelo for afetado, podem ocorrer sintomas como desequilíbrio e tontura; Caso afete a medula espinhal, o paciente pode apresentar fraqueza, alterações nos esfíncteres urinário e fecal, além de alterações na sensibilidade”, informa.
Rodrigues ressalta que a esclerose múltipla (EM) é uma doença multifatorial, ou seja, possui fatores genéticos e ambientais. “Em relação aos fatores de risco ambientais, que são modificáveis, temos: tabagismo, deficiência de vitamina D, obesidade e infecção pelo vírus Epstein-Barr”, explica.
O neurologista destaca que, com o avanço da medicina, houve avanços significativos no tratamento da esclerose múltipla, destacando o extenso arsenal terapêutico que permite individualizar o tratamento de acordo com a necessidade do paciente. “Atualmente, as mais inovadoras são as terapias com anticorpos monoclonais, que, dependendo da medicação, possuem diferentes mecanismos de ação. De modo geral, conseguimos imunossuprimir esses indivíduos a ponto de evitar que formem autoanticorpos (células de defesa que atacam regiões específicas do corpo)”, destaca.
Jéssica finaliza com recomendações para prevenção da doença. “Quando falamos em prevenção de doenças autoimunes, recomendamos um estilo de vida o mais saudável possível, incluindo atividade física, alimentação balanceada e abstenção de álcool e cigarro”, explica.
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