SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Seis pacientes que estavam na lista de transplantes da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro receberam órgãos contaminados pelo vírus HIV e posteriormente testaram positivo para a doença. Até o momento, a infecção foi confirmada em dois doadores e seis receptores. O caso veio à tona nesta sexta-feira (11/10) e, segundo o ministério, não há precedentes para o caso.
Bárbara Benini, coordenadora do grupo de transplante de fígado do Hospital São Paulo da Unifesp (Unifesp), afirma que o procedimento de transplante é seguro e os exames para detectar doenças são ultrassensíveis.
Entenda como os órgãos doados são testados e como garantir que os pacientes receptores não sejam contaminados.
Como são testados os órgãos para doação?
Para se tornar um doador, é feita uma entrevista com o familiar do paciente para entender como era o estilo de vida daquela pessoa e se há algum risco. Semelhante aos exames realizados para doadores de sangue, segundo Benini, o processo é clínico.
“É quando a gente vê se o paciente tem tatuagem, se tem algum sinal de infecção ativa”, diz.
Depois, o doador é encaminhado para realização de exames bioquímicos para doação. “Esses testes são realizados em laboratórios especializados e credenciados, que contam com aprovação da Anvisa.”
O teste é feito com o sangue do doador. Entre as doenças avaliadas estão não apenas o HIV, mas também as hepatites B e C, o HTLV (vírus linfotrópico de células T humanas), a doença de Chagas e a sífilis.
Após os testes, os resultados são enviados para a OPO (Organ Procurement Organization), que atua na identificação, manutenção e recrutamento de doadores de órgãos e tecidos.
Existe uma chance de que esses testes dêem um falso negativo?
Existem vários tipos de exames para uma mesma sorologia, ou seja, estudar o sangue do paciente. Porém, quando se trata de doação de órgãos, os exames realizados são ultrassensíveis.
“Não costuma ser um teste rápido, leva de quatro a seis horas para obter o resultado, tem quase 100% de segurança e pouquíssima interferência humana”, diz Benini.
A chance de um exame como esse, que também é padronizado para doação de sangue, dar falso negativo é muito baixa, segundo o especialista.
São realizados novos testes para garantir que não haverá contaminação?
O processo de reteste ocorre quando o exame laboratorial apresenta resultado indeterminado.
“O protocolo, nesses casos, parte das equipes da OPO para que esse doador seja testado novamente e liberado após o novo resultado”, afirma Benini.
É possível realizar um transplante entre um doador e um receptor que tenham a mesma infecção?
O especialista explica que, em alguns casos, o receptor pode ter uma doença semelhante à do doador.
“Isso acontece hoje no caso da hepatite C não aguda, ou seja, o paciente pode receber o órgão de um doador com o mesmo quadro porque é uma doença que tem tratamento”, diz Benini.
Nos casos de compatibilidade do tipo infecções, o doador pode ser selecionado com base na doença do receptor. Mas isso não significa que esse receptor só possa ser transplantado com órgão de pessoa infectada, explica o médico.
Como os doadores são selecionados? E em quais casos eles não conseguem doar?
Na hora de selecionar os doadores, há uma série de exigências que vão desde a compatibilidade dos tamanhos dos órgãos até os hábitos rotineiros dessas pessoas.
“Se o doador for paciente de alcoolismo (abuso de álcool), tabagismo, uso de drogas injetáveis ou se estivesse instável no momento da morte encefálica e precisasse de medicamentos para o coração voltar a bater, isso também pode interferir na doação”. , diz Benini.
Nos casos em que o doador é positivo para sorologias virais como HIV, Hepatites C e B, Chagas e HTLV, esses órgãos ficam impossibilitados de serem doados e a OPO é notificada e determinará se o paciente está inviável.
Além disso, há também o impacto das infecções bacterianas nas doações. Se o paciente doador estava tomando algum antibiótico, por exemplo, é preciso saber há quanto tempo essa pessoa estava em tratamento e se a doença ainda está ativa, pois isso também pode ser motivo de recusa do órgão.
O processo para doação de órgãos, segundo o médico, vem sendo desenvolvido há anos e é possível dizer que é seguro quando feito da maneira correta.
“Diversos fatores podem culminar na impossibilidade de doação e consequente recusa. Mas se todo o processo de doação for realizado de forma protocolizada e correta, é muito difícil haver algum problema”, acrescenta Benini.
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