A expressão “emoções emocionais” é mais literal do que você imagina. Os sentimentos influenciam diretamente na qualidade do tecido da pele e dos cabelos. “O sistema nervoso e a pele, assim como seus anexos, foram formados a partir do mesmo folheto embrionário. Isso significa que todos eles têm a mesma origem. Portanto, não surpreende que qualquer alteração na emoção, tanto positiva quanto negativa, possa influenciar na beleza e na saúde da pele e dos cabelos”, explica a dermatologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Mônica Aribi. E cada emoção tem um efeito diferente na pele, como uma equipe de especialistas explica abaixo:
Felicidade
A alegria tem um impacto importante na saúde e na beleza da pele, pois os neurotransmissores relacionados à felicidade têm efeitos positivos no tecido cutâneo. “Os neurotransmissores são moléculas produzidas e liberadas pelos neurônios que estimulam e equilibram os sinais entre os neurônios e outras células do corpo. E a pele possui receptores para neurotransmissores. Assim, quando estamos felizes e alegres, cheios de endorfinas e serotonina, a pele fica mais bonita e radiante”, afirma a dermatologista membro da SBD, Paola Pomerantzeff.
E a relação entre alegria e pele é uma via de mão dupla. “A qualidade e a aparência da pele influenciam diretamente na autoestima. Quando a nossa pele fica bonita e saudável, há uma sensação de recompensa e felicidade”, afirma a médica.
Tristeza
Se a alegria traz benefícios para a pele, a tristeza pode trazer alguns malefícios. Segundo Paola, com a sensação, alguns hormônios podem sofrer alterações, como o cortisol, que está relacionado ao estresse.
“Além de promover o aparecimento de acne e inflamações na pele, o cortisol, quando muito elevado, provoca aumento dos níveis de glicose no sangue, levando a um processo conhecido como glicação, que destrói a fibra de colágeno. O resultado é o envelhecimento precoce da pele”, afirma o médico.
E, assim como a pele, o cabelo também é afetado pelo cortisol elevado em momentos de tristeza. “Um grande aumento do cortisol diminui a fase de crescimento do cabelo, o que pode causar queda severa dos cabelos, quadro conhecido como eflúvio telógeno”, alerta Paola.
Ansiedade
Além de também gerar aumento dos níveis de cortisol, com todas as consequências já descritas, a ansiedade também pode agravar a oleosidade da pele e dos cabelos. “Nos momentos de ansiedade, quando há aceleração dos batimentos cardíacos e do metabolismo, as glândulas sebáceas entendem que precisam aumentar a lubrificação da pele como forma de defesa. Com isso, a pele e os cabelos ficam mais oleosos, há maior propensão ao desenvolvimento de acne e os cabelos podem até cair, pois a oleosidade se acumula na raiz do folículo piloso, diminuindo a irrigação e a oxigenação dos fios”, alerta Mônica Aribi.
A especialista explica que a ansiedade também pode levar ao desenvolvimento de quadros como dermatilomania e tricotilomania, em que o paciente sente necessidade de cutucar a pele ou arrancar os cabelos, respectivamente. E, assim como a ansiedade pode gerar problemas de pele e seus anexos, certas doenças de pele e cabelos podem ser causa de grande ansiedade. “Acne, psoríase e vitiligo são exemplos de problemas de pele que podem causar ansiedade. A pele comprometida em áreas descobertas expõe o paciente, gerando desconforto e sofrimento psicológico”, afirma Paola Pomerantzeff.
Raiva
Nos momentos de raiva ocorrem picos de estresse muito elevados, com consequente aumento da frequência cardíaca, da temperatura corporal e da velocidade de circulação. “Como a pele e seus anexos são tecidos terminais, onde a circulação demora mais para chegar, é comum que fiquem mal irrigados em momentos de raiva e estresse. Além disso, o aumento da temperatura corporal faz com que as glândulas sebáceas trabalhem horas extras. Com isso, notamos aumento da oleosidade da pele e dos cabelos, com consequente entupimento dos poros e folículos capilares, o que pode causar problemas como queda de cabelo, acne e foliculite”, alerta Mônica Aribi.
Tédio
O tédio pode se manifestar na forma de hábitos que prejudicam a pele e os cabelos, como cutucar espinhas, cutucar cabelos, coçar ou tirar crostas de hematomas. “Esses hábitos que parecem inofensivos podem ter consequências graves. Por exemplo, cutucar a pele pode estimular a infecção das lesões e causar celulite infecciosa, que precisa ser tratada com antibióticos orais. O toque excessivo na face também pode levar à formação de cistos sebáceos, que devem ser removidos cirurgicamente”, afirma Mônica Aribi.
“Já mexer no cabelo, além de deixar os fios quebradiços, acaba gerando aumento da oleosidade, o que favorece a queda”, completa. Por isso, é importante que o paciente trate essa compulsão de tocar no rosto ou nos cabelos quando está entediado.
Inveja
Em alguns casos, a inveja pode ser um motivador para a realização de procedimentos estéticos. “Algumas pessoas acreditam que conseguirão o que invejam nas outras pessoas se forem parecidas com elas. Pode ser simplesmente a aparência, o sucesso profissional ou até mesmo um grande amor. Porém, é sempre importante deixar claro que o procedimento só é capaz de promover uma melhora na autoestima, o que pode deixar a pessoa mais confiante e feliz, mas não é garantia de mais nada. Um tratamento estético não resolverá outros aspectos da vida”, pontua Paola Pomerantzeff.
O médico ressalta a importância de conversar bastante com o paciente antes do procedimento para alinhar as expectativas. “Em alguns casos, precisamos falar abertamente para entender os reais motivos dessa vontade de fazer um procedimento estético. Sempre com muito carinho e empatia, mas sem deixar de lado a transparência e a honestidade. Infelizmente, alguns profissionais aproveitam esse momento de vulnerabilidade para realizar milhares de procedimentos sem indicação, o que é falta de ética e respeito com esse paciente”, destaca.
Vergonha
Segundo Paola Pomerantzeff, certos problemas de pele, principalmente em áreas descobertas, podem gerar sentimentos de vergonha. “Muita gente percebe, olha e até pergunta sobre o problema. É constrangedor e desagradável para o paciente, que muitas vezes já não se sente bem por ter esse quadro”, afirma o médico.
É uma questão importante, por exemplo, entre pacientes com acne. “Principalmente os adolescentes com acne, em geral, são muito tímidos. É comum as pessoas chegarem ao consultório e nem levantarem os olhos para falar com o dermatologista. Alguns até deixam de procurar tratamento porque têm vergonha de expor o problema”, acrescenta Mônica Aribi.
Temer
Quando se trata de pele, o medo do envelhecimento atinge muitas pessoas. “E, devido a esse medo do processo de envelhecimento, alguns pacientes podem desenvolver dismorfismo corporal e facial, levando a uma busca exagerada por procedimentos estéticos”, afirma Paola Pomerantzeff.
Por outro lado, algumas pessoas não se sentem confortáveis em realizar procedimentos estéticos justamente pelo medo de complicações e resultados artificiais. “O medo dos procedimentos estéticos se deve aos maus resultados que têm sido divulgados na mídia. Mas é um medo importante, pois gera cautela. Porém, não há por que temer os procedimentos desde que a vontade do paciente esteja dentro da normalidade e o tratamento seja realizado por médico competente e especializado. Vale atenção especial em oferecer procedimentos com preços bem abaixo do mercado, o que pode ser um sinal de alerta”, aconselha Mônica Aribi.
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