Foi durante um exame de rotina, em 2013, que a veterinária Nayara Dantas descobriu que tinha diabetes, doença crônica que ocorre quando o corpo não produz insulina ou não consegue utilizá-la adequadamente. A ideia inicial era apenas calibrar os equipamentos do laboratório durante o estágio, mas os resultados revelaram algo muito mais sério. Seu teste de glicose estava anormal, mesmo em jejum. Ciente dos riscos da doença, ela ficou alarmada, mas ainda torceu para que o resultado fosse apenas um erro.
No dia seguinte, novo exame confirmou as suspeitas e a levou de volta à sua cidade natal, em Maringá (PR), em busca de um diagnóstico oficial. O médico que a tratou informou que ela tinha diabetes. Foi um choque para Nayara e sua família, que não tinham histórico da doença. Em meio a dúvidas e inseguranças, ela começou a tomar os medicamentos prescritos, mas só mais tarde, sob supervisão de um médico especialista, começou a entender melhor a gravidade e o novo quadro que a acompanharia para sempre.
“No começo eu não entendia muito de diabetes e simplesmente tomava os remédios prescritos. Mas com o tempo, e principalmente depois de uma crise grave que me levou ao coma durante a pandemia, percebi que precisava de cuidados mais cuidadosos”, lembra Nayara.
Hoje, ela lida continuamente com o diabetes, monitorando diariamente a glicemia e cuidando da alimentação, embora conviva com o medo de que o filho desenvolva o mesmo quadro. “Comecei a cuidar melhor de mim e do meu diabetes, mas só consegui o controle total durante a gravidez do meu filho. Mesmo assim, tive algumas complicações após a gravidez, o que é comum devido às variações hormonais. Tive retinopatia diabética e quase perdi a visão de um dos olhos”, comenta.
Além dos desafios emocionais e financeiros, como o alto custo dos insumos e das consultas médicas, Nayara enfrenta o desconhecimento das pessoas sobre a doença, o que intensifica a carga do seu dia a dia. “Meu maior medo é que meu filho desenvolva a doença. Ele fará dois anos e cuido muito bem da alimentação dele, oferecendo apenas frutas e evitando doces. essa fase da primeira infância”, acrescenta.
Doença silenciosa
O Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Brasil tem uma população de mais de 203 milhões de pessoas. Com base nesses dados e nos dados mais recentes da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que apontam uma prevalência de 10,2% de diabetes entre os brasileiros, estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas vivam com a doença. doença no país. A Federação Internacional de Diabetes (IDF) confirma uma prevalência semelhante de 10,5%.
Segundo Andressa Miguel Leitão, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes – região Paraná, na fase inicial da doença muitos pacientes ficam assintomáticos, dificultando a detecção precoce, como foi o caso de Nayara. “Muitas vezes, os sintomas mais evidentes, como sede intensa, cansaço e aumento da frequência urinária, só aparecem quando a glicemia ultrapassa 180 mg/dL. Níveis de glicemia de jejum acima de 126 mg/dL são diagnósticos de diabetes, necessitando de tratamento e monitoramento constante”, alerta.
Além dos desafios emocionais e financeiros, como o alto custo dos insumos e das consultas médicas, Nayara enfrenta o desconhecimento das pessoas sobre a doença
Arquivo/Divulgação Pessoal
A endocrinologista destaca ainda a importância dos exames de rastreio em pessoas com mais de 35 anos ou em jovens com fatores de risco, como antecedentes familiares, obesidade e hipertensão. Segundo a especialista, o diagnóstico precoce e as mudanças no estilo de vida, como alimentação balanceada e prática de exercícios, podem retardar a progressão do diabetes e prevenir complicações graves, já que a doença não tem cura. “Quando sintomáticos apresentam muita urina, inclusive acordam várias vezes à noite para urinar, muita sede, aumento do apetite, cansaço e dores no corpo.”
“A única coisa que cortei completamente foi o açúcar. Faço acompanhamento com endocrinologista a cada três meses para fazer exames e acompanhar o controle. Normalmente como as mesmas quantidades no almoço e no jantar e aplico insulina antes de cada refeição, mesmo que seja uma fruta ou um pão sempre digo que diabético pode comer qualquer coisa, mas com moderação, e é assim que vivo hoje”, destaca Nayara.
Soluções e conforto
Os principais tipos de diabetes são:
- Tipo 1: uma condição autoimune em que o corpo ataca as células que produzem insulina, comum em jovens e tratada com insulina
- Tipo 2: a mais prevalente, associada a fatores como obesidade e sedentarismo, tratada com mudanças no estilo de vida, medicamentos e, às vezes, insulina
- Gestacional: que aparece durante a gravidez e aumenta o risco de diabetes no futuro
- Diabetes monogênico e outras formas raras: causada por mutações genéticas que afetam a produção de insulina.
“A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e responsável por permitir a entrada de glicose nas células, fornecendo energia ao organismo. Na ausência ou ineficiência desse hormônio, a glicose se acumula no sangue e não entra nas células como deveria, o que pode causar complicações agudas e crônicas, colocando em risco a saúde do paciente caso não controle os níveis de glicose. O diabetes tipo 2 está fortemente associado à obesidade e ao sedentarismo, tornando o estilo de vida um fator crucial no seu desenvolvimento”, explica Andressa.
No caso de pacientes com diabetes tipo 2, a administração de insulina nem sempre é necessária. No entanto, para aqueles com diabetes tipo 1, a administração regular de insulina é crítica.
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