Doença pulmonar obstrutiva crônica tem tabagismo como principal causa – Jornal Estado de Minas

Doença pulmonar obstrutiva crônica tem tabagismo como principal causa – Jornal Estado de Minas



Para lembrar a importância de conscientizar sobre os malefícios que o tabagismo pode causar à saúde, hoje, 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial Sem Tabaco, data dedicada à conscientização sobre os perigos do tabagismo e sua relação com diversas doenças. Além da relação entre o tabaco e as doenças cardiovasculares e o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, o tabagismo também está associado a uma série de doenças respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), popularmente conhecida como enfisema pulmonar.

A DPOC é uma condição inflamatória progressiva que obstrui as vias aéreas (brônquios e bronquíolos), dificultando a respiração. A doença é um grande desafio para a saúde pública global – existem mais de 210 milhões de pessoas que vivem com sintomas de DPOC em todo o mundo – e causa sintomas como falta de ar, tosse crónica e cansaço extremo, mesmo quando confrontada com esforços mínimos, como uma breve andar de um cômodo para outro da casa, eles se tornam muito comuns.

Apesar dos avanços contínuos no tratamento da DPOC nas últimas décadas, alguns pacientes continuam incapazes de reduzir os episódios agudos de exacerbação, ou seja, ataques repentinos que pioram ainda mais os sintomas respiratórios, como tosse, cansaço e falta de ar. Durante crises graves, os pacientes podem desenvolver insuficiência respiratória aguda, quadro clínico que infelizmente pode ser fatal. O aumento progressivo das exacerbações é decisivo para o agravamento da doença, pois os sintomas pioram a cada episódio, o que impacta significativamente na qualidade de vida do paciente.

O tratamento padrão para casos de DPOC inclui uma combinação de diferentes medicamentos inalados, como:

  • Broncodilatadores beta-adrenérgicos de ação prolongada (Laba)
  • Broncodilatadores anticolinérgicos (Lama)
  • Corticosteróides inalados, que quando combinados, também são conhecidos como terapia tripla

No entanto, esta combinação nem sempre será suficiente para controlar os sintomas e prevenir crises em pacientes com DPOC grave, sendo necessária a avaliação de um pneumologista ou do seu médico de confiança para avaliar cuidadosamente a situação. clínica do paciente e suas necessidades.

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O pneumologista Adalberto Rubin explica que é urgente prestar atenção às necessidades dos pacientes com DPOC gravemente enfermos, que em muitos casos se culpam pela própria condição devido ao tabagismo e demoram a procurar ajuda. “O manejo adequado da doença é essencial para prevenir consequências irreversíveis para o pulmão, portanto, é importante que médico e paciente mantenham um diálogo aberto e claro sobre as opções de tratamento e a importância do controle das exacerbações para o prognóstico da doença”.

Segundo o especialista, a evolução contínua dos tratamentos para pacientes com DPOC grave que não respondem mais à terapia tripla representa um horizonte promissor para uma necessidade de saúde até então não atendida.

“A progressão da doença está intimamente ligada à perda da função pulmonar e concomitantemente à qualidade de vida e autonomia do paciente, que em muitos casos é idoso e necessita de uma rede de apoio. Os avanços em termos de tratamentos certamente serão benéficos para uma condição que sofre vários estigmas e que, até o momento, é irreversível, mas controlável”, aponta Adalberto.



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