A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma patologia que obstrui as vias aéreas, dificultando a respiração dos pacientes. Além da exposição à fumaça proveniente da poluição ambiental e das queimadas, o tabagismo caracteriza-se como o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença.
Atualmente, a condição é classificada como a 4ª causa de morte no mundo. Porém, no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a DPOC está presente na vida de cerca de 10,1% da população brasileira e afeta a saúde de 15,8% dos adultos com mais de 50 anos que residem na cidade de São Paulo, por exemplo.
Entre os principais sintomas da doença estão:
Como o tabagismo está diretamente associado ao aparecimento do quadro, o Ministério da Saúde alerta contra subtipos de tabagismo como cachimbo, narguilé, maconha e até exposição passiva à fumaça.
No Brasil, o diagnóstico, o tratamento e demais aspectos relacionados à doença seguem o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), atualizado em 2021. Porém, mesmo após três anos de sua implementação, cerca de 30% das unidades federativas ainda não adotaram ou estão em processo de regulamentação da cartilha.
“Essa falta de implementação dificulta o acesso dos pacientes ao tratamento, pois quando procuram atendimento, encontram profissionais desinformados, escassez de especialistas e desafios na realização de exames avaliativos”, comenta Flávia Lima, presidente da Associação Brasileira de Apoio ao Famílias com Hipertensão Pulmonar e Doenças Relacionadas (Abraf).
Flávia explica que os pacientes com DPOC enfrentam uma longa jornada cheia de desafios, a começar pelo subdiagnóstico e pela falta de informação, acesso e atendimento especializado. Segundo ela, muitos que procuram a associação ficam perdidos no sistema de saúde e, quando há suspeita de DPOC, não conseguem realizar a espirometria, exame que avalia a saúde pulmonar e pode diagnosticar doenças respiratórias. “As principais demandas dos pacientes são dúvidas sobre onde encontrar serviços de saúde ou centros de referência para diagnóstico e tratamento, além de orientações adequadas sobre o uso de dispositivos inalatórios e acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”.
O tratamento padrão para casos de DPOC inclui a combinação de diferentes medicamentos inalatórios, como broncodilatadores beta-adrenérgicos de longa ação (Laba), broncodilatadores anticolinérgicos (LAMA) e corticosteróides inalatórios, que quando combinados, também são conhecidos como terapia tripla. Contudo, esta combinação nem sempre será suficiente para controlar os sintomas e prevenir crises em pacientes com DPOC grave, necessitando de avaliação por médico ou pneumologista para avaliar a situação clínica e as necessidades do paciente.
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